sem trégua

Estratégica, cidade de Mariupol está prestes a ser controlada pela Rússia

No domingo os ucranianos rejeitaram ultimato russo para deporem armas na cidade e se entregarem até as 5 horas da manhã de segunda

Sputnik /Ilia Pitalev
Sputnik /Ilia Pitalev
Pelo menos uma pessoa morreu, 26 ficaram feridas, sendo seis em estado grave. Ele mesmo está internado

São Paulo – A cidade portuária de Mariupol, no sul da Ucrânia, teria sido invadida por tropas da Rússia na tarde desta terça-feira (22), no horário de Brasília. A cidade está sitiada há mais de três semanas. No domingo, os ucranianos rejeitaram ultimato russo para depor armas e se entregarem até as 5h de segunda. O Exército russo então pôs nova ofensiva em marcha.

Os soldados da Rússia acusam os ucranianos neonazistas do Batalhão de Azov de ocuparem os andares superiores dos prédios residenciais de Mariupol. Com isso, os nazistas fariam os civis de escudos humanos enquanto acusam os russos de atacá-los, o que a mídia ocidental – inclusive a brasileira – reproduz sem questionar. O quartel-general desse grupo de extremistas fica na cidade.

A Rússia considera Mariupol estratégica, por sua posição geográfica. A região garante a ligação com a Crimeia (anexada pela Rússia em 2014), ao sul, e o Donbass, controlado por separatistas pró-Rússia, no leste ucraniano. Além disso, a tomada da cidade seria uma vitória econômica, porque o porto da cidade, no Mar de Azov (parte do Mar Negro), é escoadouro de exportação de aço, carvão e milho da Ucrânia.

Porta-aviões dos EUA

A Marinha dos Estados Unidos posicionou um grupo de ataque de porta-aviões no Mediterrâneo que possibilita criar uma zona de exclusão aérea na Ucrânia, se o presidente Joe Biden der a ordem.  A força do porta-aviões USS Truman foi enviada ao Mediterrâneo. O secretário da Marinha, Carlos Del Toro, afirmou que a missão é para “dissuadir” a Rússia.

“Existem muitos navios e submarinos russos no Mediterrâneo atualmente, e é por isso que é importante para a Otan ter uma presença igual, para dissuadi-los. A única coisa que Putin entende é a força”, afirmou Del Toro ao jornal Politico.

O porta-aviões USS Truman tem sido usado em guerras de agressão dos EUA, com suas aeronaves servindo a mais de 1.200 missões de combate durante a invasão do Iraque em 2003. Além disso, auxiliou as forças da coalizão durante a luta contra o Talibã no Afeganistão na década de 2010.

A mídia ocidental, principalmente a CNN, divulga que EUA e Otan acreditam que Belarus pode se juntar às tropas russas “em breve”. A informação, segundo a emissora, seria de um funcionário da aliança atlântica.

Mas o próprio presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, vem alimentando as especulações. Na semana passada ele disse que “se a Ucrânia continuar com sua escalada contra o país, não ficará sem resposta”. “Milhares de unidades de combate” do país estariam se organizando para ir à Ucrânia. A informação estaria sendo desmentida pelo Pentágono, que não teria observado tal tendência.

Boicote às negociações

Hoje, Moscou acusou a Ucrânia de tentar “prejudicar o processo de negociação”, pois Volodymyr Zelensky fala em submeter qualquer acordo de paz com a Rússia a um referendo popular. O porta-voz do Kremlin, Dmitriv Peskov, afirmou que Kiev quer “as negociações com o lado ucraniano já são muito mais lentas e menos úteis do que gostaríamos”.

Até o momento, segundo a agência nas Nações Unidas para refugiados, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), cerca de 3,5 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro. Mais de 2 milhões teriam se dirigido para a Polônia.

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