Diretor-gerente do FMI não resiste a pressões e renuncia

Em carta, ele negou as acusações de abuso sexual e diz que vai dedicar todo o tempo a provar sua inocência

Strauss-Kahn declarou amor à família ao tomar a decisão que abre corrida para substituição do comando do fundo (Foto: Mike Theiler/Reuters)

São Paulo – O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, não resistiu às pressões e anunciou nesta quinta-feira (19) a sua renúncia, por meio de carta, na qual expressa “sua infinita tristeza” e declara amor à família. Ele está preso desde sábado (14) em Nova York, acusado de abuso sexual contra uma camameira no hotel onde estava hospedado. Na carta, o francês nega “com a maior firmeza possível” todas as acusações.

“Quero proteger essa instituição a que servi com honra e devoção, e especialmente – especialmente – quero dedicar toda minha força, todo meu tempo e toda minha energia a provar minha inocência”, declarou Strauss-Kahn.

O FMI informou que comunicará em breve sobre o processo da direção executiva para a eleição de um novo diretor-gerente. Interinamente, segue à frente da instituição o primeiro subdiretor, John Lipsky.

Na quarta-feira (17), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, divulgou carta ao G20 – grupo dos países mais desenvolvidos –, na qual defendeu a necessidade de critérios “para uma seleção adequada” no FMI. “O Brasil sempre apoiou a posição de que a seleção deve ser baseada no mérito, independentemente da nacionalidade. Já se passou o tempo em que poderia ser remotamente apropriado reservar esse importante cargo para um cidadão europeu”, afirmou. “Também já se passou o tempo em que algumas decisões podiam ser tomadas por um grupo exclusivo de países, como o G7. O G20 já substituiu o G7 como principal fórum para a cooperação econômica internacional.”

 

 

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