‘Dilma confia na democracia venezuelana’, diz presidente interino
Chefe de Estado em exercício na Venezuela, Nicolás Maduro, afirma que recebeu telefonema da presidenta brasileira horas depois que o Tribunal Supremo decidiu pelo adiamento da posse
Publicado 10/01/2013 - 16h32
Dilma, que se encontrou com Chávez em 2011, telefonou a Caracas para manifestar apoio a Maduro (Foto: Roberto Stuckert Filho. Arquivo Planalto)
São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff ratificou ontem (9) sua confiança na democracia venezuelana e se definiu como uma “grande companheira” de seu par, Hugo Chávez, que atualmente se recupera em Cuba de uma cirurgia. As informações foram reveladas pelo vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que disse ter mantido uma conversa telefônica com a mandatária brasileira.
Por determinação do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), Maduro assumiu oficialmente as rédeas do Executivo na Venezuela. “Dilma ratificou toda sua confiança no desenvolvimento da democracia venezuelana, ainda mais depois da setença emitida pelo TSJ”, relatou o chavista em Caracas durante abertura da reunião conjunta entre chanceleres dos 19 países membros da Aliança Bolivariana das Américas (Alba) e da Petrocaribe, ambos liderados pela Venezuela.
De acordo com a assessoria do Planalto, foi Nicolás Maduro quem ligou para Dilma – ontem, por volta das 19 horas – para informá-la sobre a recente decisão do TSJ, que autorizou o início do quarto mandato constitucional de Hugo Chávez, marcado para hoje, apesar de sua ausência. A Presidência do Brasil, porém, não quis confirmar o conteúdo da conversa nem as declarações do vice-presidente venezuelano.
“Agradecemos muito as palavras generosas desta verdadeira companheira do presidente Chávez, como ela mesmo se define. Isso nos enche o coração de alegria.” Maduro aproveitou para transmitir a vontade do governo venezuelano – que agora direge – em trabalhar junto com o “governo irmão” do Brasil na luta pela “nossa independência e a integração verdadeira de nossos povos”.
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