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Cuba e EUA querem acelerar reaproximação antes de Trump

Durante a campanha eleitoral, presidente eleito dos Estados Unidos ameaçou reverter a aproximação entre os dois países

Ladyrene Pérez/Cubadebate

Cuba se dispõe a dialogar com novo presidente americano, mas com “respeito mútuo” e “sem concessões”

DW Brasil – Cuba e Estados Unidos concordaram ontem (7) em acelerar ao máximo a negociação de acordos pendentes entre os dois países antes do início do mandato do presidente eleito americano, Donald Trump, em meados de janeiro. O governo cubano também se mostrou disposto a dialogar com o novo líder, mas com “respeito mútuo” e “sem concessões”.

“O respeito é essencial e tem sido a chave do sucesso dos resultados que temos obtido até agora”, disse a diretora para as questões dos Estados Unidos do Ministério do Exterior cubano, Josefina Vidal, durante uma coletiva de imprensa em Havana.

Vidal falava ao final da quinta reunião da comissão bilateral criada para trabalhar na normalização das relações entre os dois países – a última sob a administração do presidente Barack Obama.

“A parte cubana deseja avançar na melhora das relações e na construção de uma convivência pacífica, sem ter de fazer nenhuma concessão nos princípios nos quais Cuba crê firmemente”, disse Vidal. Referindo-se à reaproximação entre Cuba e Estados Unidos iniciada no final de 2014, após mais de meio século de estranhamento, a diplomata também disse esperar que o americano “leve em conta os resultados alcançados”.

Vidal salientou que, desde que foram restabelecidas as relações bilaterais, foram realizadas 24 visitas de alto escalão, além de 40 encontros técnicos e 1.200 intercâmbios acadêmicos e culturais. Também foram assinados 12 acordos em áreas de interesse comum, como aviação civil, meio ambiente e saúde.

“Para nós, o caminho é continuar a identificar oportunidades que sejam benéficas para os dois países (e) trabalhar no respeito pelas diferenças”, disse.

Durante a campanha presidencial americana, Trump ameaçou pôr fim à reaproximação entre Cuba e Estados Unidos, a não ser que Havana oferecesse um “acordo melhor” para Washington, abrisse sua economia e fizesse concessões na área de direitos humanos. Ele também descreveu o líder cubano Fidel Castro, morto no dia 25 de novembro, como um “ditador brutal”.