saiu do cinza

Coletivo de grafiteiros transforma casas de periferia mexicana em grande mural colorido

Com o objetivo de desenvolver a integração comunitária com a arte, o projeto coloriu mais de 200 casas onde moravam quase 2 mil pessoas em Las Palmitas

Reprodução/Facebook

Iniciativa teve intuito de desenvolver a integração comunitária, com a reabilitação estética por meio da arte

São Paulo – O coletivo de grafiteiros Germen Crew fez uma parceria com o governo mexicano para transformar as casas de uma comunidade na periferia da cidade de Las Palmitas em um grande mural colorido. Com auxílio dos moradores, o projeto social teve 14 meses de duração e ficou pronto na semana passada.

A iniciativa sem precedentes teve intuito de desenvolver a integração comunitária, bem como a reabilitação estética das residências por meio da arte, em um país marcado pela falência do Estado em resolver problemas sociais e o triunfo da violência vinda do narcotráfico.

“Realizar um mural em uma superfície de 20 mil metros quadrados totalmente irregulares (…) este é o maior desafio em nosso caminho dentro da arte mexicana, já que temos que construir uma linguagem para fundir homogeneamente a comunidade, a arquitetura, a história e a arte”, afirmou um dos líderes do coletivo, Luis Enrique Gómez Guzmán, citado pela imprensa local.

No projeto, mais de 200 casas foram pintadas primeiramente com tinta branca e depois grafitadas com cores quentes, destacando-se das outras propriedades do pobre bairro situado no distrito de Pachuca, no centro da nação. Para os idealizadores, trata-se de uma tentativa de transformar a imagem negativa da região, conhecida pela violência de gangues e pelos usuários de drogas.

Reprodução/Facebook
Periferia da cidade de Las Palmitas antes da intervenção do grafiteiros Germen Crew

“É muito satisfatório”, disse ao The Guardian Alfonso Reyes, um operário que vive em Las Palmitas e uma das quase 2 mil pessoas que tiveram suas casas grafitadas pela iniciativa. “Pela manhã, você acorda, olha o entorno e vê as cores ao seu redor. É muito bonito. Você sai de lá e pensa: ‘ah, tudo está tão bem pintado e arrumado!”, elogia.

Segundo Luis Enrique Gómez Guzmán, antes, as pessoas evitam o local depois de escurecer e raramente interagiam entre si. Mas, na medida em que o projeto foi se aproximando de suas etapas finais, os moradores começaram a conversar mais entre si e as crianças começaram a brincar mais nas escadarias do morro.

De acordo com a imprensa local, o sucesso do macromural de Las Palmitas erradicou a violência entre os jovens e gerou novas fontes de trabalho. O resultado do projeto foi tão positivo que estão estudando a possibilidade de trabalhar em outros bairros pobres, como Cubitos.