Candidatos chilenos apontam diferenças na reta final

Em debate no canal Mega, do grupo Anatel, Frei tenta mostrar imagem mais à esquerda (Foto: Divulgação Eduardo Frei) Na reta final da eleição mais disputada do Chile desde a […]

Em debate no canal Mega, do grupo Anatel, Frei tenta mostrar imagem mais à esquerda (Foto: Divulgação Eduardo Frei)

Na reta final da eleição mais disputada do Chile desde a redemocratização, em 1990, os candidatos à sucessão presidencial tentam, em suas campanhas, apontar as diferenças, em busca dos eleitores indecisos. Disputam o segundo turno o governista Eduardo Frei Ruiz (Concertação) e o oposicionista Sebastián Piñeira (Aliança). Os resultados devem sair, segundo a previsão do Ministério do Interior, ainda no domingo (17), dia da votação.

Apesar de ter despontado no início do pleito, Piñeira não conseguiu manter a vantagem, atualmente em cinco pontos percentuais, segundo levantamento do jornal El Mercurio. A presidente Michele Bachelet goza de aprovação recorde, com 81% de acordo com levantamento da Adimark. Apesar de ter apoio de 87% das mulheres consultadas e de 74% dos homens, seus votos não foram transferidos para Frei.

Ex-presidente da República, de 1994 a 2000, Frei fez uma campanha que pouco entusiasmou o eleitorado e dividiu a coligação Concertación. Ele foi escolhido o candidato mesmo tendo adversários com mais votos internos. A escolha foi provocada pelo fato de ter um perfil mais para o centro. Foi apontado, durante a campanha, como um personagem frio e pouco carismático.

A mudança de rota ocorreu mais claramente no segundo turno. Em debate na TV Mega, do grupo Anatal, na segunda-feira (11), o governista admitiu que a diferença percentual com Piñeira funcionou como um alerta. A campanha adotou um tom mais agressivo, criticando a possibilidade de o Chile ter um homem de direita no comando do país.

Piñeira se apresenta como um conservador diferenciado dos antecessores. É um dos homens mais ricos do país, dono da empresa aérea Lan Chile, da rede de televisão Chile Visión e do time de futebol Colo Colo. A necessidade de mudança vem sendo o foco do discurso de oposição.

Ainda assim, para o ministro do Interior do Chile, Edmundo Pérez Yoma, trata-se da “votação mais competitiva dos últimos 20 anos”. “Ninguém pode prever com certeza quem será o vencedor, e isso atribui (às eleições) um interesse especial”, insiste Pérez, em entrevista à Rádio Cooperativa. Desde a saída de Augusto Pinochet do poder, a Concertação mantém-se no poder, com diferentes figuras e tendências mais ou menos à esquerda.

O ministro acredita que a abstenção será menor do que em eleições anteriores. Como 12,9% das pessoas afirmam, na pesquisa eleitoral, pretender votar em branco ou nulo, há margem para mudanças. Boa parte disso deve-se ao fato de Marco Enríquez-Ominami não ter declarado apoio a nenhuma das partes, o que poderia representar um trunfo importante, já que o candidato independente teve 20% dos votos no primeiro turno.

Com informações da Agência Brasil e Ansa Latina