Para Trajano, concorrência não acaba com monopólio da Globo no futebol
Jornalista lembra que a briga com a Esporte Interativo pelos direitos de transmissão do campeonato brasileiro é da tevê fechada, o que permite à Globo continuar 'desmandando e mandando'
Publicado 10/03/2016 - 13h59
Torcida organizada do Santos – time que negocia com o EI – estende a faixa ‘Globo: monopólio acabou’
São Paulo – A disputa com o canal Esporte Interativo para acertar contratos com clubes da série A do campeonato brasileiro de futebol não representa o fim do monopólio da Globo, observa o jornalista da ESPN José Trajano, em entrevista ao repórter Rafael Garcia, da Rádio Brasil Atual. “A briga da Esporte Interativo é pelos direitos da TV fechada, o que tiraria alguns jogos do SporTV. Entretanto, a Globo continuaria mandando e desmandando na TV aberta, onde o couro come. Não é o fim do monopólio”, diz Trajano, para quem a Globo “vai continuar fazendo muito mal ao futebol brasileiro”.
O comentarista Juca Kfouri avalia de forma positiva a entrada do Esporte Interativo nas negociações, no sentido de mudar os conceitos de capitalismo da Globo. “Todos falam em livre concorrência, mas na hora que a concorrência aparece o capitalista não quer abrir mão do monopólio. Devemos saudar a concorrência, mas não podemos nos iludir. Estamos vendo uma briga de cachorro grande, porque a Turner de fraca não tem nada“, afirma, referindo-se à empresa de mídia norte-americana que controla o Esporte Interativo.
Para Kfouri, independentemente dos números de clubes que assinarem com o concorrente da Globo, é possível pensar em um acordo para viabilizar as transmissões. “Não haverá transmissão de futebol em TV fechada se o Esporte Interativo conseguir dez clubes, a menos que houvesse um acordo com a Globo.”
Santos, Internacional, Atlético Paranaense, Figueirense, Bahia e Ceará são alguns dos clubes em negociação com o Esporte Interativo.
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