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Em ato com mulheres, Dilma ressalta ganhos econômicos e prioridade em programas sociais

Em ato com movimentos feministas e organizações sociais, presidenta citou ações como os programas Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida, como exemplos que permitiram maior autonomia para mulheres

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São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff destacou hoje (6) as conquistas econômicas do seu governo e do ex-presidente Lula como ações que melhoraram as condições de vida das mulheres. A candidata à reeleição presidencial pelo PT foi recebida no início da tarde por diversos grupos femininos e movimentos sociais em um ato na quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, na região central de São Paulo. A organização estimou o público em 3 mil pessoas.

Entre as organizações presentes, estavam Central de Movimentos Populares, União Geral dos Trabalhadores, Central Única dos Trabalhadores, Central Geral dos Trabalhadores do Brasil, Nova Central Sindical, Força Sindical, União Nacional dos Estudantes, Movimento dos Atingidos por Barragens, Marcha Mundial das Mulheres, Movimento de Mulheres Camponesas, União Brasileira de Mulheres e ainda lideranças do movimento LGBT e de partidos da coligação “Com a força do povo”.

Também estiveram presentes autoridades, como as ministras EleonoraMenicucci (da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres), Ideli Salvatti (da Secretaria de Direitos Humanos), Marta Suplicy (da Cultura), além do prefeito Fernando Haddad (PT), do senador Eduardo Suplicy (PT) e do candidato do PT ao governo do estado de São Paulo, Alexandre Padilha.

A quadra estava tomada de apoiadores da candidata Dilma, que entoavam jingles da campanha enquanto aguardavam a chegada da presidenta. Muitas pessoas não puderam acompanhar o ato dentro do ginásio dos bancários. Segundo os organizadores, havia pelo menos mais 3 mil pessoas do lado de fora, onde ficaram concentrados principalmente em frente à entrada da quadra.

Dilma chegou para o ato no início da tarde e foi recepcionada por dezenas de baianas da tradicional escola de samba paulista Vai-Vai. Logo em seguida, foi anunciada pelos organizadores do evento, sendo ovacionada pela plateia, e iniciou seu discurso, de quase uma hora de duração.

“Vivemos hoje no Brasil uma campanha de desinformação, mentiras e, em alguns casos, ódio e pessimismo. Mas a verdade é que, nos últimos doze anos, nós tiramos da extrema pobreza 36 milhões de brasileiros. Uma parte expressiva desses brasileiros era mulheres, mães, que tinham sob sua guarda sua família e seus filhos, muitas delas chefiando sua família”, sustentou.

Dilma mencionou que 93% das famílias que recebem o Bolsa Família têm o cartão em nome da mulher. “É importante dar força e autonomia às mulheres mais pobres, para que elas decidam onde, como e quando gastar o dinheiro.”

Ela também lembrou que 83% da titularidade dos imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida e 59% das matrículas do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec) estão em nome de mulheres. Outra ação promovida pelo governo federal, citou a presidenta, foi de providenciar documentação de 1 milhão de trabalhadoras rurais brasileiras nos últimos três anos e meio.

Durante o discurso, Dilma Rousseff garantiu que “manterá compromisso com a luta contra as discriminações das mulheres”. “Nós aprovamos a Lei Maria da Penha, mas nós todos os dias temos que estar alertas para que ela surta seu efeito, que é impedir, coibir, reprimir a violência contra a mulher”, prometeu.

“Nós criamos o ministério que busca garantir e que luta pelo direito das mulheres. E a verdade é que quando eles falam que vão diminuir os ministérios, você pode ter certeza absoluta que um dos ministérios cortados será o das mulheres”, acrescentou, em referência aos candidatos presidenciáveis que prometem reduzir o número pastas no governo federal. A Secretaria de Política para as Mulheres, vinculada à Presidência da República, não é institucionalmente um ministério, mas desempenha, no governo, as mesmas atividades. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou sua criação no primeiro dia de seu primeiro mandato, em 2003.

A presidenta aproveitou ainda para defender mais uma vez a exploração do pré-sal, cujos recursos possibilitam investimentos em educação e saúde públicas, além de defender a reforma política. “O Brasil precisa de uma reforma política. Quando, logo depois das manifestações de junho de 2013, nós enviamos ao Congresso Nacional uma proposta de plebiscito, nós não conseguimos passá-la. Por quê? Porque ninguém reforma a si mesmo”, apontou.

“Eu só acredito em reforma política com a participação popular, com a força da presença do povo nas ruas dizendo qual é a reforma política que vamos adotar. Seja da forma que seja, temos que garantir a consulta ao povo brasileiro, isso que vai dar força para dar a reforma que devemos fazer”, completou Dilma.

Entre 1º e 7 de setembro, cerca de 400 organizações e partidos políticos realizam a campanha Plebiscito Popular pela Constituinte Exclusiva, votação extraoficial que pergunta à população brasileira “sim” ou “não” pela convocação de eleições de parlamentares exclusivamente dedicados a reformar o processo político brasileiro. Um dos principais pontos da reforma é o financiamento público de campanha.

Crítica a Marina

Sem fazer citação nominal, a presidenta criticou veladamente a candidata Marina Silva, do PSB. “Se tem uma coisa que nós não somos aqui é vira-casaca. Vira-casaca nós não somos. Quando você tem um lado, você pode lutar por ele até chegar onde nós chegamos, por acreditar que não podia ter ditadura neste país, até ir para prisão. Mas você não pode mudar de posição todos os dias”, comentou, sendo bastante aplaudida pela militância presente no ginásio.

“Se te pressionar, pode pressionar. Mas você não pode mudar de posição. Porque ou você tem convicção naquilo que você faz e naquilo em que acredita, ou você não tem força para lutar nem para conquistar. Não é possível defender uma coisa hoje de manhã e mudar (de opinião) à tarde só porque te pressionaram. Porque se tem alguém que é pressionado nesse país é o presidente ou a presidente da República”, complementou.

Homenagem a prisioneiras políticas

Ainda durante o ato, a presidenta aproveitou para prestar homenagem a ex-companheiras da época de prisão – Dilma ficou quase três anos detida no início da década de 1970 pela ditadura militar brasileira. “Fomos para a prisão, porque naquela época lutar pelos direitos do povo dava cadeia, como deu para o presidente Lula, mas as mulheres estiveram na cadeia também.”

“Quero cumprimentar e agradecer ao apoio ao longo da minha vida que elas sempre me deram. Elas são tímidas, apesar de serem mulheres muito fortes, que foram torturadas e presas. Muitas eu não vejo faz muito tempo e é uma grande emoção para mim que elas estejam aqui. Elas fazem parte da minha vida, elas fazem parte de mim.”