contra o fechamento

Pedagoga defende ocupações: ‘Estudantes estão lutando por aquilo que acreditam’

Cláudia Petri, do do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), ressalta que escola deve formar 'cidadãos críticos, participativos e conscientes'

reprodução/TVT

Chega a 40 o número de escolas estaduais ocupadas em todo o estado de SP

São Paulo – Para a pedagoga do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), Cláudia Petri, ao ocuparem as escolas, em protesto contra o plano de reorganização imposto pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB), com o fechamento anunciado de ao menos 93 escolas, os alunos estão “ocupando um espaço que é de direito deles”, e fazem das ocupações uma estratégia que visa ao diálogo.

Entrevistada na edição de ontem (16), do Seu Jornal, da TVT, Cláudia ressaltou que, em todo plano pedagógico das escolas, entre as diretrizes e metas propostas consta como prioridade formar cidadãos críticos, participativos e conscientes. “Nada mais é do que isso que a gente está vendo agora. Esses estudantes estão fazendo valer a sua opinião, os seus direitos, e lutando por aquilo que eles acreditam. É isso que a escola tem que fazer na formação desses jovens.”

A pedagoga afirmou que faltou diálogo sobre a reorganização por parte do governo estadual, e que qualquer medida que afeta a vida de alunos, pais e professores, “precisa partir de uma base de conversa, com a comunidade escolar, com os sindicatos, as organizações de classe”.

Assista a entrevista completa:

Ela afirma também que, ainda que a motivação da reorganização, de separar as unidades educacionais por ciclos (os ciclos I e II do Ensino Fundamental e o Ensino Médio funcionando separadamente) seja justificável, pelo aumento do desempenho dos alunos, esse seria apenas um dos critérios a serem considerados. “Dentro da educação, você não pode considerar uma única variável”, afirma a pedagoga.

Outras questões, como o número de alunos por escola e por sala, o perfil socioeconômico dos alunos e a localização das unidades de ensino também deveriam ser consideradas. Cláudia lembra que, em muitas regiões de alta vulnerabilidade social, a escola costuma ser o único equipamento público disponível e, portanto, não pode ser fechada.

A pedagoga diz ainda que a reorganização deve afetar também a vida dos professores, em especial os temporários, da chamada categoria O, que podem ficar sem emprego, em decorrência do fechamento de escolas.