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Contra fechamentos e a favor da educação, 48 escolas de São Paulo estão ocupadas

Na manhã da hoje (18), alunos de mais quatro unidades da capital paulista tomaram posição na luta pela 'reorganização' imposta por Alckmin

Danilo Ramos / RBA

Escola ocupada na V. Sônia, São Paulo. Organização e manutenção dos prédios pelos alunos compõem a luta

São Paulo – Levantamento divulgado na manhã hoje (18) pelo Sindicato do Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) informa que 48 escolas estaduais estão ocupadas por alunos e professores, em protesto contra a “reorganização” imposta pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB), que pretende separar as escolas por ciclos e fechar ao menos 93 unidades.

Pela manhã, quatro escolas estaduais foram ocupadas, uma na região central da capital, duas na zona leste, e uma na zona norte de São Paulo: Caetano de Campos, na Consolação; Moacir Campos, em Aricanduva; Maria Regina Machado, na Vila Nova Curuca, e Joaquim Leme do Prado, no Imirim.

Francisco Toledo/Democratizeocupa
Quatro novas escolas ocupadas hoje para impedir o fechamento de unidades e turmas

Na Moacir Campos, a ocupação, que começou ainda de madrugada, foi denunciada como tentativa de assalto, o que resultou em presença ostensiva da polícia. A direção também resiste à ocupação, que agora é mantida por 15 estudantes, que permanecem em área delimitada, em situação assemelhada a cárcere privado, segundo relatos da presidenta da União Brasileira dos Estudantes (Ubes), Camila Lanes, que falou à RBA. Ela e Angela Meyer, presidenta da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), que prestavam apoio aos alunos, sofreram ameaças de detenção. Um professor e um militante foram detidos. Ao longo do dia, elas pretendem percorrer as novas escolas ocupadas e preveem que o número seja ainda maior do que o balanço já divulgado.

César Lisboa, aluno do 2º ano do ensino médio e vice-presidente do grêmio da escola, conta que os policiais impedem tanto a entrada como a saída dos estudantes. “A nossa manifestação foi em solidariedade às demais escolas”. Segundo ele, a promessa inicial era de que a escola não sofreria com a reorganização, mas a unidade deve perder o turno noturno do ensino médio.

A ocupação recebe o apoio da comunidade. Bia Moreno, presidenta da Associação dos Moradores da região, lembra que a escola Moacir Campos é tradicional no bairro. “A gente precisa da escola, é uma das melhores escolas.”

As escolas Cohab Inácio Monteiro, na região de Cidade Tiradentes, e Pio Teles Peixoto, na zona oeste, que estavam ocupadas desde sexta-feira (13), foram desocupadas ontem, por determinação judicial.

Os alunos protestam contra o fechamento anunciado de pelo menos 93 escolas e extinção da oferta de ensino médio no período noturno e ensino de jovens e adultos (EJA) em diversas unidades.

Confira a relação de escolas que estão ocupadas: