Fórum discute educação como instrumento libertário em Osasco

Evento analisa efeitos do modelo neoliberal e busca alternativas para a promoção da cidadania, formação de educadores e políticas públicas universais para o setor

Começa nesta sexta-feira (26) em Osasco (SP) o Fórum Mundial de Educação. Organizado pelo Instituto Paulo Freire, o evento integra a série de eventos descentralizados do Fórum Social Mundial (FSM). Em 2010, são atividades em diversas partes do mundo com diferentes temáticas.

O Fórum Mundial de Educação tem atividades realizadas pelo comitê organizador e uma série de discussões paralelas propostas pela sociedade civil, chamadas de autogestionadas. Há quatro eixos temáticos guiando os debates, a respeito do exercício de cidadania na educação, as concepções e as práticas de aprendizado, a formação dos profissionais do setor e a formulação de políticas públicas que garantem a melhoria do ensino.

A professora Salete Valesan Camba, secretária do conselho internacional do Fórum e diretora de Relações Institucionais do Instituto Paulo Freire, lembra que é a primeira vez que o evento trata especificamente da questão de crianças e adolescentes. “A educação e o mundo como um todo vivem em torno de fragilidades, de dificuldades e das possibilidades da juventude, seja no campo do trabalho ou da educação”, explica.

Especialistas de várias partes do mundo trocarão experiências focadas na educação de crianças e jovens ao longo do fim de semana. As atividades terão como sede a Unifieo, que nesta semana abrigou também o Encontro Internacional de Educação.

Somar os dois eventos ao longo destes dias facilita a logística de trazer especialistas de vários países, bem como contribui para o aprofundamento das discussões. Os debates dos dois encontros focam na tentativa de reverter os efeitos do processo neoliberal na educação.

Na abertura da semana de eventos, a secretária de Educação de Osasco, Mazé Favarão, ressaltou a importância de manter sempre a questão educacional como prioridade. “Democracia não é um estado de espírito. É prática e confronto de idéias. Por isso, esse encontro confirma um marco para os educadores e para os cidadãos de Osasco de que realmente não vamos retroceder, pois a Educação é um instrumento libertário”, afirmou.

A conferência que abre as atividades de sábado, por exemplo, foca na educação como um direito e um bem público. Na avaliação dos organizadores, o Brasil tem avançado nos últimos anos, mas ainda tem um longo caminho a percorrer. “Não temos políticas de atendimento universal para a juventude. É um oferecimento localizado em relação a faixas etárias e às questões geográficas, no sentido de que os grandes centros têm mais possibilidades para os jovens”, afirma Salete Valesan Camba.

Confira aqui a programação do Fórum Mundial de Educação Infanto-juvenil.