sp

Caminhada de professores acaba após PM impedir chegada à Praça da Sé

Categoria, em greve há 42 dias, queria chamar a atenção da população para suas reivindicações, mas foi impedida pela Tropa de Choque

apeoesp/facebook

Por rede social, professores reclamam de ser tratados como “marginais” pelo governo

São Paulo – O clima ficou tenso durante a caminhada que professores paulistas, em greve há 42 dias, fizeram na tarde de hoje (23) pelo centro de São Paulo, quando a Tropa de Choque da Polícia Militar (PM) impediu a passagem do grupo para a região da praça da Sé e, após 40 minutos de negociação com os policiais, os professores decidiram deixar o local.

O Sindicato dos Professores no Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) estimou 2 mil manifestantes, mas a PM falou em 350. “A gente lamenta a postura da polícia, porque para outros movimentos ela oferece segurança. Os professores são tratados dessa forma, uma atitude repressiva”, criticou o professor Fláudio Lima, diretor da Apeoesp. Ele destacou que a intenção dos professores era caminhar na região central para chamar a atenção da população para as reivindicações da categoria. Inicialmente, o trajeto seria pela Avenida 23 de Maio para chegar à Marginal Tietê.

No início da tarde, mais uma reunião entre professores paulistas em greve e o secretário estadual de Educação, Herman Voorwald, terminou sem acordo. A paralisação já dura 42 dias. Após a reunião, um grupo de professores tentou ocupar o prédio da secretaria e foi reprimido pela PM com gás de pimenta. Em seguida, os professores saíram em passeata pela região central.

A presidenta da entidade, Maria Izabel Noronha, lamentou que, em mais um encontro com o titular da pasta, não se tenha avançado em uma proposta que garanta a valorização dos docentes. “Foi muito ruim. (O secretário) não apresentou nada. Quando a gente esteve em 30 de março aqui, disseram que em abril poderiam ter números. Agora, já diz que não tem”, relatou. Uma nova assembleia da categoria está marcada para amanhã (24) no vão livre do Masp, na avenida Paulista.

A categoria reivindica um aumento salarial de 75,33%. “Não vamos acabar com a greve. Ainda temos zero”, declarou a presidenta. Os professores pedem também a redução do número de alunos por sala para um máximo de 25 estudantes por classe. Izabel critica ainda a política de bônus como principal meio para a valorização profissional. A estimativa da Apeoesp é que 60% dos professores tenham aderido à greve.

A Secretaria Estadual de Educação disse em nota que foram apresentadas três propostas aos dirigentes da Apeoesp: política salarial pelos próximos quatro anos com data base em 1º de julho; envio de projeto de lei à Assembleia Legislativa para inclusão dos professores temporários na rede de atendimento do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) e redução da exigência de 200 dias de intervalo a partir do terceiro contrato dos docentes temporários.