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Estudantes que ocupam escritório da Presidência pedem apoio judiciário

Grupo que ocupou prédio da Avenida Paulista tem 50 pessoas. Policiais estão impedindo a entrada de mais manifestantes e de água e alimentos

Mídia Ninja

Grupo se encontra no terceiro andar do prédio da presidência e se reúnem para decidir os próximos passos

São Paulo – Dezenas de estudantes ocuparam na tarde de hoje (10) o prédio onde funciona o escritório da Presidência da República em São Paulo, na Avenida Paulista. O movimento protesta contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, com a qual o governo de Michel Temer pretende engessar investimentos públicos pelos próximos 20 anos.

“Organizamos a ocupação para pressionarmos e derrubarmos a PEC 241. Eles querem congelar os investimentos em educação, mas não mudaram a prioridade do governo eleito de construir uma ‘pátria educadora’ (em referência ao slogan do governo de Dilma Rousseff). Como isso será possível?”, questiona o diretor de comunicação da União Nacional dos Estudantes (UNE), Mateus Weber. Além da UNE, participam integrantes da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), da União Estadual dos Estudantes (UEE) e da União Brasileira dos Estudantes Secudaristas (Ubes).

Os ocupantes participavam de um ato na Avenida Paulista, iniciado no vão livre do Masp e convocado também pela Central de Movimentos Populares (CMP), em razão dos cortes em programas habitacionais como o Minha Casa, Minha Vida. Durante a movimentação, eles saíram do grupo e ocuparam o escritório. Os outros manifestantes se dirigem neste momento à entrada do prédio, em apoio aos estudantes.

Reprodução/Facebook
Recepção da Presidência em SP ainda exibe marca e slogan do governo Dilma. Prioridade em educação ameaçada

A Polícia Militar já chegou ao local. Pelo menos 50 policiais da Presidência isolaram a área e impedem a entrada de mais pessoas e de alimentos e água. Os estudantes pedem apoio jurídico.

Em diversas cidades do país, pelo menos cem escolas já foram ocupadas por estudantes em protesto contra a medida. “É um movimento de ocupação e resistência. A pátria educadora precisa ser de fato a nossa prioridade. Não podemos abrir mão disso”, disse Mateus.

A PEC será votada em primeiro turno nesta segunda-feira na Câmara dos Deputados. A proposta foi enviada por Temer ao Congresso no primeiro semestre, e já foi aprovada em comissão especial. Agora, o texto precisa ser aprovado em dois turnos pelo plenário da Câmara antes de seguir para o Senado.

Assista ao vídeo do momento da entrada no prédio