resistência

Documentário sobre ocupações de escolas terá duas exibições gratuitas

Amanhã, filme será exibido pelo Cine Direitos Humanos, da prefeitura de São Paulo, e na segunda-feira (2) em audiência pública sobre educação na Assembleia Legislativa

Kevin David/Sigmapress/Folhapress

Estudantes paulistas em protesto contra a reorganização escolar

São Paulo – O documentário Acabou a paz, isto aqui vai virar o Chile, que retrata o movimento de ocupação de escolas estaduais de São Paulo no ano passado por estudantes secundaristas, terá duas exibições gratuitas na capital paulista. Amanhã (30), o filme estará no Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca, às 11h, pelo Cine Direitos Humanos, da prefeitura de São Paulo. Na segunda (2), será exibido às 19h, em uma audiência pública sobre educação, na Assembleia Legislativa.

Amanhã, após a sessão, será realizado um debate com os alunos Othilia Balades e Heudes Cássio Oliveira, que participaram do movimento, além dos professores Dalva Garcia e Pablo Ortellado. Na segunda, também participarão alunos, professores e pais, para debater o movimento de 2015. A equipe de produção espera exibi-lo também na sede do Centro Paula Souza, que foi ocupada ontem (28) por estudantes do ensino técnico, em protesto contra a falta de merenda das unidades de ensino.

O filme apresenta diversas opiniões dos estudantes que ocuparam as escolas em resposta ao projeto do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que pretendia fechar 94 instituições de ensino da rede estadual e transferir compulsoriamente pelo menos 311 mil estudantes. O vídeo mostra também o dia a dia das escolas ocupadas e a situação da educação pública paulista.

O diretor, Carlos Pronzato, também produziu o documentário “A Revolução dos Pinguins”, sobre ocupação de escolas no Chile em 2006 contra a então política educacional privatista do país, ainda da época do ditador Augusto Pinochet. Para chamar a atenção da mídia sobre suas demandas, pelo menos cem colégios chilenos foram ocupados por estudantes.

Em 30 de maio daquele ano, a greve geral convocada pelos alunos reuniu pelo menos 600 mil pessoas, tornando-se o maior protesto estudantil da história do Chile, superando os feitos contra as políticas do regime militar. Em 1º de junho, a presidente Michelle Bachelet se dirigiu à nação em cadeia nacional de rádio e televisão anunciando novas medidas para melhorar a qualidade e o acesso à educação.

O movimento chileno inspirou os secundaristas de São Paulo. “Aqui eu aprendi a melhor forma de política possível. Na linha horizontal”, conta uma das estudantes entrevistadas. No auge do movimento paulista, em 2 de dezembro, os estudantes chegaram a ocupar 213 escolas no estado.

Após 25 dias de intensa mobilização, o governador veio a público suspender o projeto. Em seguida, o então secretário estadual da Educação, Herman Voorwald, pediu demissão. “Por que o governo pretende fechar escolas? Além de precarizar o ensino, vai superlotar salas de aula demitir professores e demitir funcionários. Vai cortar gastos, é isso”, disse um dos estudantes entrevistados na época da ocupação.

Serviço:

Apresentação do documentário Acabou a paz, isto aqui vai virar o Chile
Quando e onde? Amanhã (30), às 11h, no Itaú de Cinema Frei Caneca (Rua Frei Caneca, 569), e segunda (2), às 19h, na Assembleia Legislativa (Av. Pedro Álvares Cabral, 201)
Quanto? Grátis