Taubaté

Volks cancela ‘lay-off’ para 800 metalúrgicos em Taubaté após negociação com sindicato

“Enquanto os juros continuarem altos, todo o setor ainda estará sujeito a paradas temporárias”, afirma Aldrey Candido, o Piu, dirigente do Sindmetau

Sind. Met. Taubaté
Sind. Met. Taubaté
Assembleia na Volks: acordo prevê estabilidade até 2025, mas nível dos juros provoca insegurança

São Paulo – Após negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, a Volkswagen cancelou o lay-off (suspensão de contrato) previsto para agosto na fábrica do Vale do Paraíba, interior paulista. A medida atingiria 800 dos 3.100 funcionários. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da região (Sindmetau), a decisão, anunciada ontem (23), se deve à melhora nas vendas e também a uma mudança no acordo de flexibilização firmado entre as partes.

Assim, em vez de suspender por até cinco meses os contratos de 800 trabalhadores, a empresa dará 10 dias de férias coletivas a partir do próximo dia 31. “Essa é mais uma ferramenta de flexibilidade que inibe qualquer tipo de demissão”, afirmou o secretário-geral do Sindmetau, Aldrey Candido, o Piu.

Acordo coletivo

Ainda de acordo com os metalúrgicos, o acordo coletivo prevê estabilidade até 2025. A fábrica de Taubaté produz o Polo Track – a partir de 2025, deve passar a montar um SUV compacto.

O sindicato também critica a taxa básica de juros. “A taxa Selic de 13,75% encarece os financiamentos em um mercado onde a maioria das vendas é feita de forma parcelada. Desse modo, as montadoras têm feito uma série de paralisações nas linhas de montagem para adequar os estoques à demanda do mercado”, lembra a entidade.

Economia permite redução dos juros

A montadora já pretendia adotar o lay-off em junho ou julho, mas o programa de carros populares do governo adiou a medida. Mas a manutenção dos juros em nível alto fez a Volks interromper a produção de 26 de junho a 3 de julho.

“Enquanto os juros continuarem altos, todo o setor ainda estará sujeito a paradas temporárias. Os indicadores da economia já permitem uma redução na taxa de juros, mas o presidente do Banco Central parece disposto a sabotar os empregos no Brasil”, disse o presidente do sindicato, Claudio Batista, o Claudião.

A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central está marcada para a semana que vem, nos dias 1º e 2 de agosto. Ao final do segundo dia, é anunciada a nova taxa de juros.