Custo de vida

Preços da cesta básica voltam a aumentar nas capitais

Dieese apurou alta em 17 de 18 cidades pesquisadas, com aumentos de tomate, pão francês, carne bovina, leite e óleo de soja

São Paulo – O preço da cesta básica, calculado pelo Dieese, aumentou no mês passado em 17 das 18 capitais pesquisadas, assim como havia ocorrido em abril. As três maiores elevações foram registradas em cidades do Nordeste: Salvador (10,69%), Fortaleza (8,89%) e Recife (7,73%). Também a única queda foi daquela região, em Aracaju (-1,58%). Segundo o instituto, os produtos com predominância de alta foram tomate, pão francês, carne bovina, leite e óleo de soja, enquanto o preço do feijão caiu na maioria dos municípios pesquisados.

O maior valor em maio foi apurado em São Paulo (R$ 402,50), seguido do Rio de Janeiro (R$ 395,23) e de Florianópolis (R$ 394,29). Os menores preços médios são de capitais nordestinas: Aracaju (R$ 277,16), João Pessoa (R$ 303,80) e Natal (R$ 312,40). Com base no preço mais elevado, o Dieese calculou em R$ 3.377,62 o salário mínimo necessário para as despesas básicas do trabalho e sua família. Esse valor corresponde a 4,29 vezes o mínimo oficial (R$ 788), ante 4,13 em abril e 4,25 em maio do ano passado.

O tempo médio necessário para adquirir os produtos básicos aumentou para 98 horas e 44 minutos, quatro horas a mais do que no mês anterior. Também ficou acima do registrado em maio de 2014 (96 horas e 51 minutos). O trabalhador remunerado pelo salário mínimo comprometeu quase metade (48,78%) de sua renda líquida com a cesta básica.

De janeiro a maio, o preço da cesta aumentou em todas as cidades, chegando a 29,95% em Salvador e a 22,79% em Fortaleza. A menor variação foi de Manaus (7,20%). Em 12 meses, segundo o Dieese, as 18 capitais pesquisadas também registram alta, que acumulam 25,41% em Salvador, 16,94% em Goiânia e 14,66% em Aracaju. Os menores aumentos foram apurados em Belo Horizonte (3,12%) e Porto Alegre (5,07%).

Apenas em maio, o preço do tomate subiu nas 18 capitais, variando de 3,02% (Aracaju) a 63,94% (Florianópolis). “Apesar do início da colheira da safra de inverno, a maturação é mais lenta no frio. Além disso, houve incidência de pragas, o que reduziu a oferta do fruto. Por outro lado, aumentou a demanda de tomate no Nordeste e no Rio de Janeiro”, informa o instituto.

O pão francês subiu em 16 cidades em maio e nas 18 capitais em 12 meses. “Por ser importada, a farinha de trigo ficou mais cara, uma vez que a moeda nacional está desvalorizada em relação ao dólar. Outros custos, como elevação da energia elétrica e dos combustíveis, também tiveram impacto no valor do pão”, diz o Dieese.

Já a carne bovina teve alta em 16 cidades. Segundo o instituto, a oferta restrita “se explica tanto pelo aumento das exportações do produto, pelo terceiro mês consecutivo, quanto pelos elevados custos de reposição de bezerros e boi magro para engorda”.

No caso do leite, que aumentou em 15 capitais, o Dieese lembra que a captação do produto foi menor por se tratar de período de entressafra.