Dieese

Alimentos pressionam, e ICV sobe mais para faixas de menor renda

Taxa, que variou 0,57% em maio, atinge 8,82% em 12 meses. Entre os produtos com alta, estão carne, tomate e cebola. Comer fora também ficou mais caro

Marcos Santos/USP Imagens

Entre os itens, raízes e tubérculos tiveram alta de 13,37% em maio, com destaque para a cebola (39,04%)

São Paulo – Com pressão de alimentos, o Índice do Custo de Vida (ICV), calculado pelo Dieese no município de São Paulo, variou 0,57% em maio, ante 0,55% no mês anterior, com pressão dos preços de alimentos. Segundo o instituto, que divulgou o resultado hoje (10), o grupo Alimentação – o de maior peso no ICV – subiu 1,29% no mês passado, enquanto Habitação teve alta de 0,56%. Esses dois grupos contribuíram com 0,53 ponto percentual, quase todo o índice de maio.

O ICV está acumulado em 6,17% no ano. Em 12 meses, vai a 8,82%. A inflação aumenta à medida que cai a faixa de renda: 10,06% para o estrato 1 (renda menor), 9,34% para o 2 (intermediário) e 8,32% no 3 (de maior poder aquisitivo).

De acordo com o Dieese, o aumento do grupo Alimentação decorre principalmente da alta na carne bovina, do tomate e da cebola. E também teve impacto maior para as famílias de rendimentos mais baixos. Entre os itens, raízes e tubérculos tiveram alta de 13,37% em maio, com destaque para a cebola (39,04%), os legumes subiram 8,44% (e o tomate, 18,20%) e as carnes, 2,90% – a bovina aumentou 2,99% e a suína 0,88%. Individualmente, o tomate teve impacto de 0,05 ponto na taxa geral e a carne, de 0,15 ponto.

As frutas subiram menos (0,17%), com altas do abacate (6,05%), melão (3,35%), maçã (3,02% ) e banana (2,07%). Alguns itens tiveram queda de preço no mês passado, casos do mamão (-9,19%), manga (-5,78%), kiwi (-5,47%) e maracujá (-5,31%). Os preços dos grãos recuaram 2,21% e os das hortaliças caíram 5,52%.

Entre os produtos que compõem o subgrupo indústria da alimentação, o Dieese destaca as altas de iogurtes (2,56%), pão francês (1,64%), refrigerantes (1,14%), queijos (1,05%), bebidas alcoólicas (0,86%), doces (0,86%) e café em pó (0,77%). O custo com alimentação fora do domicílio aumentou 0,98%.

No grupo Habitação, o de segundo maior peso na composição do ICV, a alta de 0,56% em maio teve influência de itens como reajustes de aluguéis (0,67%), gás de botijão (1,70%), serviços domésticos (1,67%), produtos de limpeza (0,92%) e material de construção (0,91%).

O grupo Transporte foi o único a fechar com queda (-0,27%), o que representou impacto de -0,04 ponto percentual.