Índice recua

Dieese: com estabilidade nos alimentos, inflação dá ‘trégua’ na cidade de São Paulo

Preços de saúde, habitação e transporte foram determinantes para o resultado de junho. Comer fora ficou mais caro

São Paulo – A inflação deu “trégua” em junho no município de São Paulo, segundo o Dieese, que divulgou hoje (5) o Índice do Custo de Vida (ICV). A taxa passou de 0,61%, em maio, para 0,34%, em resultado determinado pela estabilidade nos alimentos – de 0,22% para 0,01%. Os grupos Habitação, Saúde e Transporte foram responsáveis por quase todo o índice geral (0,33 ponto percentual).

Com o resultado de junho, o ICV fechou o semestre com inflação de 3,99%, com taxas crescentes conforme o poder aquisitivo: 3,28% no estrato 1 (faixa que concentra as famílias de maior renda), 3,63% no estrato 2 e 4,31% no 3 (menor renda). Em 12 meses, o índice acumula variação de 6,99%, com índices semelhantes para os estratos (7,01% para o 1 e para o 3 e 6,92% para o 2).

Em junho, o grupo Transporte variou 0,48%, “consequência do aumento no valor das passagens do transporte coletivo de 4,31% aplicado somente nas três primeiras semanas do mês”, lembra o Dieese, acrescentando que em 24 de junho “a tarifa retroagiu aos valores de maio”. No mesmo grupo, os combustíveis recuaram -2,46%.

Nos outros dois que influenciaram o resultado do mês, Habitação subiu 0,86%, com alta de 8,9% na mão de obra da construção civil e Saúde teve variação de 0,49%, com aumento na assistência médica (0,61%).

Segundo o Dieese, entre os itens que compõem o grupo Alimentação, o comportamento foi variado: produtos in natura e semielaborados tiveram variação de -0,45%, os produtos da indústria alimentícia subiram 0,14% e a alimentação fora do domicílio aumentou 0,79%., devido ao aumento nos preços das refeições principais (0,89%) e dos lanches (0,66%).

“A maioria dos produtos in natura e semielaborados teve variações negativas: legumes
(-4,92%), aves e ovos (-3,29%), hortaliças (-2,40%), raízes e tubérculos (-1,73%) e grãos (-0,31%)”, diz o Dieese. “Apenas as frutas (1,11%), leite in natura (1,10%) e carnes (0,22%) apresentaram taxas positivas.”

Na primeira metade do ano, a alta de Alimentação (4,24%) ficou próxima ao índice geral (3,99%). O grupo Transporte subiu 3%, Saúde teve alta de 6,42% e Habitação, de 2,14%.