PIB no segundo trimestre cresceu 1,2% sobre o primeiro e 8,8% sobre 2009

No ano, alta chega a 8,9%, maior alta semestral desde 1996. Consumo das famílias no trimestre sobe pelo 27º período consecutivo; IBGE destaca expansão de investimentos, também a maior da série histórica

São Paulo – O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do segundo trimestre cresceu 1,2% sobre o primeiro e 8,8% em relação a igual período de 2009, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (3) pelo IBGE. Ainda na comparação com o segundo trimestre do ano passado, o destaque foi o aumento da indústria (13,8%), seguido da agropecuária (11,4%) e dos serviços (5,6%). Do primeiro para o segundo trimestre deste ano, a agropecuária cresceu 2,1%, seguida da indústria (1,9%) e dos serviços (1,2%).

Considerados os quatro trimestres terminados em junho, o PIB subiu 5,1% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. Já no acumulado do ano, a alta foi de 8,9% ante o primeiro semestre de 2009. De acordo com o IBGE, o PIB em valores correntes alcançou R$ 900,7 bilhões.

No primeiro semestre (alta de 8,9%), a indústria cresceu 14,2% sobre igual período de 2009, a agropecuária subiu 8,6% e os serviços, 5,7%. Nos quatro trimestres (5,1%), essas altas foram de 5,6%, 1,6% e 4,5%, respectivamente.

A despesa de consumo das famílias cresceu 6,7% sobre o segundo trimestre de 2009, na 27ª alta seguida nessa base de comparação. “Um dos fatores que contribuíram para esse resultado foi o crescimento de 7,3% na massa salarial real, no segundo trimestre de 2010, aliado, no mesmo período, ao aumento nominal de 17,1% do saldo de operações de crédito para as pessoas físicas”, informou o IBGE. Por sua vez, a despesa de consumo da administração pública aumentou 5,1%. O consumo das famílias correspondeu a R$ 545,4 bilhões e o do governo, a R$ 173,1 bilhões.

Mas, segundo o instituto, o principal destaque na comparação com o segundo trimestre do ano passado foi da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que indica investimentos. O crescimento foi de 26,5%, o maior desde o início da série histórica, em 1996. “Dentre os fatores que contribuem para explicar esse crescimento, destacam-se a expansão da produção interna e da importação de máquinas e equipamentos, bem como o comportamento da taxa básica de juros Selic no período, além da baixa base de comparação”, afirma o IBGE. A FBCF somou R$ 160,8 bilhões. No ano, o crescimento chegou a 26,2% e em quatro trimestres, a 8,9%.

Ainda em relação ao segundo trimestre de 2009, as exportações cresceram 7,3% e as importações, 38,8%. “A valorização cambial ajuda a explicar o maior crescimento relativo das importações, e os produtos que mais contribuíram para esse resultado foram siderurgia; refino do petróleo e petroquímicos; veículos; têxteis; borracha; equipamentos eletrônicos; extrativa mineral; e material elétrico.”

Em nota, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que “a economia brasileira se desloca para uma trajetória mais condizente com o equilíbrio de longo prazo”. O BC estima que o PIB cresça 7,3% este ano.