Revisão

Petroleiros defendem reestatização de refinaria na Bahia

Para a FUP, Refinaria Landulpho Alves (Rlam) deve voltar a ser um ativo da Petrobras, em linha com o ministro Alexandre Silveira, que defendeu a “recompra” da unidade pela estatal

Andre Valentim/Divulgação Petrobras
Andre Valentim/Divulgação Petrobras
Assim como o ministério, FUP também aponta prejuízo no bolso da população com privatizações das refinarias da Petrobras

São Paulo – A Federação Única dos Petroleiros (FUP) defendeu nesta segunda-feira (4) a reestatização da antiga refinaria Landulpho Alves (Rlam) na Bahia. Em nota, os petroleiros dizem que a luta da categoria é para que a refinaria que o governo Bolsonaro privatizou volte a ser um ativo da Petrobras. Nesse sentido, os trabalhadores defendem a expansão do refino no Brasil, como forma de reduzir a dependência dos combustíveis importados.

O tema voltou à tona neste domingo, quando o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que a Petrobras deveria avaliar a recompra da Rlam. Atualmente, a Rlam está sob controle da Acelen, empresa do fundo privado Mubadala Capital.

De acordo com o ministro, os moradores da Bahia e de Sergipe não estão sendo beneficiados pela nova política de preços da Petrobras. Isso porque, desde a privatização, o combustível fornecido pela Acelen, que abastece a região, tem registrado preços mais elevados que o da Petrobras.

A Rlam – atual refinaria Mataripe – foi vendida em 2021 para a Acelen, empresa do fundo privado Mubadala Capital. O governo anterior também privatizou outras duas refinarias: a Refinaria Potiguar Clara Camarão (RPCC), no Rio Grande do Norte, e a Refinaria Issac Sabá (Reman), em Manaus.

Os petroleiros endossam a crítica do ministro. Levantamento da FUP aponta que as refinarias privatizadas vem praticando preços, em média, 5,5% mais caros, em relação à estatal. Hoje o valor chega a ser 8,6% maior.

“A FUP entende que o processo de crescimento da capacidade de refino da Petrobras passa necessariamente pela reintrodução da Rlam aos ativos da empresa, que voltaria a ter o controle da refinaria baiana”, afirmou o coordenador-geral da FUP, Deivyd Bacelar.

Acordo em biocombustível

Silveira defendeu a recompra da Rlam na mesma nota em que comemorou a assinatura, pela Petrobras, de um memorando de entendimentos (MOU) com o grupo Mubadala Capital. O objetivo é desenvolver estudos abrangendo futuros negócios no segmento de refino, com destaque para avaliação de participação em projeto de biocombustíveis. A Acelen pretende iniciar um projeto de uma biorrefinaria integrada na Bahia, para transformar o óleo de macaúba em biocombustível.

Porém, o coordenador-geral da FUP ressalta que o projeto de diesel verde da Rlam foi todo desenvolvido pela Petrobras. A estatal é pioneira na tecnologia para a produção de combustível renovável. “Ele já estava pronto quando o Mubadala comprou a refinaria”, destaca Bacelar, lembrando que projetos de processamento de diesel vegetal estão em curso em várias unidades da Petrobras.