São Paulo – A Petrobras anunciou nesta segunda-feira uma redução média de 8,1% do preço do gás natural vendido às distribuidoras. Após revisão trimestral, os novos valores passam a valer a partir de 1º de maio. Com o reajuste, o preço do gás natural acumula queda de 19% neste ano. A redução, no entanto, não vale para o GLP (gás de cozinha) envasado em botijões ou vendido a granel.

Em nota, a estatal atribui o reajuste à queda do preço do petróleo no mercado internacional. E também à valorização do real frente ao dólar, já que os derivados são cotados na moeda norte-americana. “Durante o trimestre em referência, o petróleo teve queda de cerca de 8,7% e o câmbio teve apreciação de aproximadamente 1,1%”.

Por outro lado, a parcela referente ao transporte do gás é atualizada anualmente no mês de maio. Desta vez, o reajuste será de 0,2%, de acordo com a variação do IGP-M.

A Petrobras ressalta ainda que o preço final do gás natural ao consumidor não é determinado apenas pelo preço de venda da Companhia, “mas também pelo portfólio de suprimento de cada distribuidora, assim como por suas margens (e, no caso do GNV- Gás Natural Veicular, dos postos de revenda) e pelos tributos federais e estaduais”.

Cenário

A queda do preço internacional do petróleo se relaciona com o arrefecimento das sanções impostas pelos Estados Unidos e países europeus contra a petróleo russo. Além disso, permanecem os temores de uma eventual recessão da economia norte-americana. Os investidores também consideram um possível agravamento da crise bancária internacional.

Um ano atrás, em função da guerra na Ucrânia, o barril de petróleo tipo brent chegou a US$ 130. No entanto, no mês passado, os preços caíram para o nível mais baixo desde dezembro de 2021. Diante desse cenário, Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) anunciou no início do mês um corte de produção de até 1,6 milhão de barris por dia dos países do grupo, com o objetivo de estabilizar os preços.

Por outro lado, a valorização do real em relação ao dólar tem a ver com o aumento da confiança dos investidores no pacote fiscal que chega ao Congresso nesta terça. O mercado reage bem, desde que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou as diretrizes do Novo Arcabouço Fiscal. As regras atrelam o crescimento das despesas federais à receita, e preveem superávit já a partir de 2025. A previsão é que o governo envie o Novo Arcabouço Fiscal ao Congresso Nacional ainda nesta semana.