Para segurar inflação, Tombini prefere juros mais altos a câmbio valorizado

Tombini acredita que a inflação vai diminuir no segundo semestre (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil) São Paulo – O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, declarou nesta quinta-feira (5) que […]

Tombini acredita que a inflação vai diminuir no segundo semestre (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

São Paulo – O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, declarou nesta quinta-feira (5) que os juros básicos da economia continuam a ser o principal instrumento de controle da inflação no país. A elevação da Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom) para esfriar o ritmo de expansão da economia não foi abandonado “em nenhum momento”. Ele disse ainda que não convém contar com a desvalorização do dólar frente ao real para fazer os indicadores de alta de preços convergirem ao centro da meta.

Tombini enfatizou, durante audiência pública na Câmara dos Deputados, que os aumentos da taxa de juros neste ano ainda terão efeitos na economia. “Precisamos ter garantias de que a inflação vai convergir para o centro. Mas controlar a inflação não é corrida de 100 metros. É um esforço prolongado”, afirmou.

Ele destacou ainda que os preços das commodities (produtos básicos, com cotação internacional) agrícolas e do petróleo também têm estimulado a inflação no Brasil. Apesar disso, os preços devem subir menos nos próximos meses.

Segundo ele, a inflação deve convergir para o centro da meta de 4,5% em 2012. A meta tem margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Cabe ao BC perseguir essa meta e, para isso, usa como principal instrumento a taxa básica de juros, Selic. Essa taxa é elevada quando o BC considera que a economia está aquecida e a inflação em alta.

O presidente do BC destacou ainda as medidas de contenção do crédito – chamadas de “macroprudenciais” – já adotadas e as que eventualmente forem tomadas serão levadas em conta na hora de definir a Selic, uma vez que geram efeitos na economia. Em dezembro de 2010, o BC aumentou as exigências para a concessão de crédito ao consumidor, além de elevar os depósitos compulsórios, recursos que os bancos são obrigados a deixar depositados na instituição. O aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para créditos externos e internos também foi adotado com esse intuito. Novas medidas do tipo podem ser tomadas pelo BC quando riscos forem identificados, disse Tombini.

Câmbio

Na Câmara, o presidente do BC deixou claro que o fluxo de capitais ao país serve de “combustível” para a expansão rápida do crédito, em um momento em que é necessário o crescimento moderado. Ele enfatizou que o Brasil precisa de investimentos estrangeiros e está aberto ao capital externo, mas é preciso atenção quanto à intensidade.

Com informações da Agência Brasil e Reuters