Na primeira reunião do governo Dilma, Copom aumenta taxa básica de juros

Em decisão unânime, Selic foi a 11,25% ao ano, a maior taxa desde março de 2009

São Paulo – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, na primeira reunião no governo Dilma Rousseff e sob a presidência de Alexandre Tombini, não surpreendeu e aumentou em meio ponto percentual a taxa básica de juros (Selic), para 11,25% ao ano. A taxa volta ao nível de abril de 2009 e é a maior desde março daquele ano (12,75%). Foi a primeira alta após três reuniões em que a Selic foi mantida em 10,75%.

A decisão foi unânime e sem viés. Em nota, o Copom afirmou que deu início “a um processo de ajuste da taxa básica de juros”, como uma das medidas para que a inflação “convirja para a trajetória de metas”. Em 2010, a inflação (IPCA) foi de 5,91%, acima do centro da meta fixada pelo governo (4,5%).

Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, a medida representa um mau começo do BC. “O Banco Central, além de cuidar da moeda, deveria se preocupar também com o emprego e crescimento econômico, que serão penalizados por essa decisão de aumento de juros”, afirmou Skaf, em nota.

O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, também criticou a decisão. “Os tecnocratas do governo insistem em colocar um forte freio na economia. Uma camisa de força no setor produtivo. Não há justificativa para manter os juros nesse patamar estratosférico, penalizando, dessa forma, o crescimento econômico.”

A próxima reunião do Copom será realizada nos dias 1º e 2 de março.