IPCA tem maior alta mensal em um ano, mas taxa acumulada volta a recuar

Três itens – cigarros, empregados domésticos e remédios – foram responsáveis por 38% do índice

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 0,64% em abril, três vezes maior do que a do mês anterior (0,21%). Foi a maior taxa desde abril do ano passado (0,77%), segundo o IBGE, que divulgou os resultados na manhã de hoje (9). No acumulado do ano, o IPCA atinge 1,87%, ante 3,23% em igual período de 2011. Em 12 meses, o índice também é menor: 5,10%, para 5,24% nos 12 meses imediatamente anteriores. Os 5,10% representam a menor taxa acumulada desde setembro de 2010 (4,70%). Nesse base de comparação, o IPCA recua há seis meses.

De acordo com o instituto, três índices foram responsáveis por 38% do resultado total do mês. Os cigarros representaram impacto de 0,12 ponto percentual, após a alta de 15,04%, “diante do reajuste médio de 25% em vigor a partir de 6 de abril”. Em seguida, vieram os empregados domésticos, com alta de 1,86%, ante 1,38% em março (0,07 ponto percentual). O terceiro item foi o dos remédios, que passaram de 0,02% para 1,58% (0,05 ponto).

As despesas com cigarros e empregados domésticos fizeram o grupo Despesas Pessoais a registar a maior alta de abril (2,23%). Esse grupo também teve pressão dos itens excursões (1,88%), hotéis (1,63%) e serviços bancários (1,42%).

A inflação oficial de abril teve impacto, principalmente, de produtos não alimentícios, que subiram 0,68%, mais do que o triplo de março (0,20%). Os alimentos tiveram o dobro da variação, de 0,25% para 0,51%, com destaque para a alta de 12,66% do feijão carioca.

Também pressionaram o IPCA os grupos Habitação (de 0,48% em março para 0,80%) e Vestuário, que, “com a entrada da nova coleção no mercado”, foi de uma queda de 0,61% para inflação de 0,98%. No caso da habitação, subiram os gastos com artigos de limpeza (de 0,59% par 1,38%), sabão em pó (de 0,85% para 1,33%), aluguéis (de 0,45% para 0,82%) e condomínio (de 0,48% para 1,01%). A taxa de água e esgoto subiu de 0,93% para 0,98%, “tendo em vista o reajuste de 16,50% vigente em Curitiba desde o dia 21 de março”.

Além disso, aumentou o valor da mão de obra contratada para pequenos reparos (de 1,03% para 1,30%), o gás de botijão (de 0,41% para 0,65%), “mostrando aumentos expressivos em cinco das onze áreas pesquisadas, destacando-se Goiânia, cuja alta foi a 2,32%). A energia elétrica também subiu mais (de 0,21% para 0,46%), “com reajuste nas tarifas de três áreas pesquisadas, além de forte aumento nas alíquitas do PIS/Cofins da região metropolitana de Fortaleza”.

A inflação oficial de abril teve impacto, principalmente, de produtos não alimentícios, que subiram 0,68%, mais do que o triplo de março (0,20%). Os alimentos tiveram o dobro da variação, de 0,25% para 0,51%, com destaque para a alta de 12,66% do feijão carioca.

Entre as regiões, o maior índice foi apurado na região metropolitana do Rio de Janeiro (0,81%), com impacto do aumento dos salários dos empregados domésticos (7,37%). A menor taxa foi a de Goiânia (0,30%), com queda de 2,97% no preço do litro de gasolina. Na região de maior peso (quase 32% do total), São Paulo, o IPCa passou de 0,07% para 0,66%. O IPCA subiu 0,77% em Belém, 0,55% em Belo Horizonte, 0,45% em Brasília, 0,73% em Curitiba, 0,67% em Fortaleza, 0,78% em Porto Alegre, 0,58% em Recife e 0,38% em Salvador.

INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi de 0,18%, em março, para 0,64% – em abril do ano passado, atingiu 0,72%. A taxa acumula 1,73% no ano (ante 2,89% em igual período de 2011) e 4,88% em 12 meses (4,97% nos 12 meses imediatamente anteriores).