Inflação

IPCA-15 sobe em fevereiro e tem taxa mais alta em 12 anos

Taxa acumulada em 12 meses chega a 7,36%. Vários itens pressionaram o índice, como os aumentos nas mensalidades de cursos e nas tarifa de energia elétrica e transporte urbano

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), “prévia” da inflação oficial, acelerou e registrou taxa de 1,33% este mês, a mais alta desde fevereiro de 2003 (2,19%). Em janeiro deste ano, a variação foi de 0,89%. O índice somou 2,23% no primeiro bimestre. Em 12 meses, vai a 7,36%, o maior acumulado desde junho de 2005 (7,72%).

Segundo o IBGE, que divulgou os resultados na manhã de hoje (24), a maior alta entre os grupos foi registrada em Educação (5,98%), refletindo reajustes praticados no início do ano letivo, principalmente nas mensalidades dos cursos regulares, que tiveram alta de 7,29%. Em cursos diversos, como de idiomas e informática, a elevação foi de 7,18%. Esse grupo representou 0,28 ponto percentual do índice total.

O maior impacto individual, de 0,23 ponto, veio da energia elétrica, com aumento de 7,7%. “Além de reajustes nas tarifas de algumas regiões e de movimentos na parcela de impostos, o item refletiu a complementação do efeito do Sistema de Bandeiras Tarifárias, modelo de cobrança que passou a vigorar a partir de 1º de janeiro”, diz o instituto. O grupo Habitação teve alta de 2,17%, com influência, além da energia, de itens como condomínio (0,97%), mão de obra para pequenos reparos (0,91%), gás de botijão (0,89%), taxa de água e esgoto (0,68%) e aluguel residencial (0,65%).

Em Transportes, a alta de 1,98% refletiu, principalmente, aumentos nas tarifas de ônibus urbanos (7,34%) em várias regiões. Também subiram (3,61%) as tarifas dos ônibus intermunicipais. No mesmo grupo, o litro da gasolina subiu 2,96% e o do diesel, 2,54%, reflexo dos aumentos das alíquotas de PIS/Cofins a partir do dia 1º. Mais altas foram registradas no etanol (3,55%), metrô (8,95%), automóvel novo (2,76%), táxi (2,5%) e conserto de automóvel (1,59%).

O grupo Alimentação e Bebidas teve alta menor em fevereiro (0,85%, ante 1,45% no mês anterior). Alguns produtos registraram aumentos significativos, casos do feijão carioca (10,07%), tomate (9,61%), hortaliças (7,71%), batata inglesa (6,77%) e pescados (3,62%).

Em Despesas Pessoais (alta de 1,22%), o IBGE destaca os itens excursão (7,48%), cigarro (4,44%), cabeleireiro (1,01%) e manicure (0,65%). Nos demais grupos, os eletrodomésticos tiveram variação de 1,33% e a telefonia celular, de 0,90%. Artigos de vestuário recuaram 0,89%.

Entre as regiões, os maiores índices foram apurados no Rio de Janeiro (1,59%) e em São Paulo (1,58%). No primeiro caso, a maior pressão veio das tarifas de ônibus urbano (8,28%). No segundo, 40% da alta foi causado pelas variações de energia elétrica (12,17% e ônibus urbano (12,18%). O menor foi registrado em Brasília (0,34%), onde as passagens áreas tiveram variação de -20,86%.