custo de vida

Inflação volta a subir em agosto com energia mais cara

IPCA teve alta de 0,23% em agosto, acelerando em relação ao mês anterior. Por outro lado, preços dos alimentos registraram terceira queda consecutiva

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Com alta da energia em agosto, inflação acumulada em 12 meses ficou em 4,61%

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no país, subiu 0,23% em agosto. No mês anterior, o índice havia registrado alta de 0,12%, o que indica uma aceleração geral dos preços. De acordo com dados divulgados nesta terça-feira (12) pelo IBGE, o IPCA acumula taxa de 3,23% no ano. Nos últimos 12 meses, a alta foi de 4,61%. Já o INPC, usado como referência em negociações salariais, avançou 0,20%.

Dos nove grupos que compõem o IPCA, seis tiveram alta no mês de agosto. O maior impacto positivo (0,17 p.p) e a maior variação (1,11%) vieram de Habitação, com destaque para o subitem energia elétrica residencial, com um aumento de 4,59% e impacto de 0,18 p.p. no índice geral.

“O aumento na energia elétrica foi influenciado principalmente pelo fim da incorporação do bônus de Itaipu, referente a um saldo positivo na conta de comercialização de energia elétrica de Itaipu em 2022, que foi incorporado nas contas de luz de todos os consumidores do Sistema Interligado Nacional em julho e que não está mais presente em agosto”, explica o gerente do IPCA/INPC, André Almeida. 

Destacam-se, ainda, as altas de Saúde e cuidados pessoais (0,58% e 0,08 p.p.) e Transportes (0,34% e 0,07 p.p.). Na saúde, a inflação veio dos produtos para pele (4,50%) e dos perfumes (1,57%). Já nos transportes, a alta ficou por conta dos preços do automóvel novo (1,71%), da gasolina (1,24%) e do óleo diesel, que subiu 8,54%.

Comida mais barata 

Por outro lado, o grupo Alimentação e bebidas caiu pelo terceiro mês consecutivo (-0,85% e -0,18 p.p.). Os preços da alimentação no domicílio, que puxaram a queda, registraram recuo de -1,26%. Nesse sentido, batata-inglesa (-12,92%), feijão-carioca (-8,27%), tomate (-7,91%), leite longa vida (-3,35%), frango em pedaços (-2,57%) e carnes (-1,90%) também registraram deflação.

“Temos observado quedas ao longo dos últimos meses em alguns itens importantes no consumo das famílias como, por exemplo, a carne bovina e o frango, que está relacionado à questão de oferta. A disponibilidade de carne no mercado interno está mais alta, o que tem contribuído para a queda nos últimos meses”, destaca o gerente. 

Já a alimentação fora do domicílio (0,22%) registrou variação próxima a do mês anterior (0,21%), em virtude das altas do lanche (0,30%) e da refeição (0,18%).

INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor foi de 0,20%, após registrar deflação de -0,09 em julho. Com isso, a inflação soma 2,80% no ano e 3,53% em 12 meses.

Conforme os resultados, os produtos alimentícios tiveram variação de  -0,91% (ante -0,59% no mês anterior). Já os não alimentícios subiram 0,56% em agosto, bem acima do resultado de de 0,07% observado em julho.