ICV

Inflação sobe em São Paulo, principalmente para famílias de menor renda

Taxa calculada pelo Dieese na capital atinge 9,71% em 12 meses e supera os dois dígitos para parte da população com rendimento menor. Condomínio e água puxaram altas em junho

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Alta de 15,30% na conta de água contribuiu para elevação em 2,41% no grupo Habitação

São Paulo – O Índice do Custo de Vida (ICV) subiu 0,81% em junho e se aproximou dos 10% em 12 meses, atingindo principalmente famílias de menor poder aquisitivo, segundo o Dieese, que calcula a taxa no município de São Paulo. No mês passado, a variação foi de 1,09% para o estrato 1, que concentra as famílias de renda mais baixa, de 0,90% no estrato 2 (intermediário) e de 0,76% no 3. Três grupos (Habitação, Saúde e Alimentação) contribuíram com 0,78 ponto percentual, quase todo o resultado do mês.

De acordo com o instituto, o ICV acumulou alta de 7,03% no primeiro semestre. Em 12 meses, soma 9,71%, chegando a 11,22% para o estrato 1, a 10,33% para o 2 e a 9,13% para o estrato 3. O grupo com maior alta acumulada é o da Habitação: 15,74%. Apenas o item energia elétrica aumentou 79,01%.

No grupo Habitação, que subiu 2,41% no mês, o Dieese apurou alta de 3,62% nos condomínios, 15,30% na tarifa de água, 5,95% para o gás de rua, 1,60% no telefone e 4% na mão de obra da construção civil. Em Saúde (0,55%), o aumento foi puxado pelo reajuste de 0,75% em seguros e convênios médicos.

Com peso de quase um terço (31,3%) na composição do ICV, o grupo Alimentação subiu 0,50%, com altas da cebola (13,61%, influenciada pela quebra de safra), mandioca (4,73%), batata (2,65%), alho (1,97%) e mandioquinha (1,44%). Entre os produtos que tiveram redução de preço, estão cenoura (-4,31%) e beterraba (-1,97%).

As frutas aumentaram 1,25%, com destaque para a pera (11,14%), abacate (9,55%), mamão (8,39%), melancia (7,52%), limão (6,32%) e melão (4,96%). O preço da laranja caiu 2,58%.

O Dieese anotou ainda altas nos preços de carnes (0,64%, sendo 0,63% para a bovina e 0,89% para a suína), leite in natura (0,73%) e ovos (0,71%). Caíram os preços de grãos (-1,44%, sendo -1,58% para o feijão carioquinha e -1,11% para o arroz), hortaliças (-1,80%) e legumes (-8,69%). Neste último item, destaque para o tomate, que com a oferta normalizada recuou 17,27%, “o que mais que do que compensou as altas registradas no pepino (6,45%), berinjela (5,06%) e pimentão (4,86%)”.

Comer fora de casa ficou 0,71% mais caro, segundo o instituto. O preço das refeições principais subiu 0,90%, com elevação de 1,15% nas refeições por quilo.

O grupo Transporte registrou queda de 0,33%. Caíram os preços tanto do álcool (-1,69%) como os da gasolina (-0,79%).

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