Bolso do trabalhador

Fundação de previdência de servidores federais perde R$ 11,57 milhões com Lojas Americanas

Prejuízo resulta de operações com debêntures da empresa de varejo por meio de fundos administrados por gestores de recursos de terceiros. Índices de exposição mostram que solidez do fundo não chega a ser ameaçada

Reprodução
Reprodução
Caso da Lojas Americanas leva prejuízo à previdência complementar de servidores públicos

São Paulo – A Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do Poder Executivo (Funpresp-Exe) teve prejuízo com a fraude contábil na Lojas Americanas. O valor de mercado indicado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) aponta uma perda de R$ 11,576 milhões, ou de 77% do valor investido.

A exposição da fundação às ações das Americanas se dá por meio de fundos administrados por gestores de recursos de terceiros. A entidade tem um patrimônio, no encerramento de 2022, de R$ 6,49 bilhões, sendo a maior parte desse montante, R$ 4,49 bilhões (69%), administrada por ela própria. Os demais R$ 2 bilhões (31%) são geridos por fundos administrados por gestores de terceiros (Asset Managers). 

A exposição da Fundação às ações da Americanas totalizava, assim, 0,02% do patrimônio na data em questão. Já a exposição às debêntures das Americanas totalizava 0,30% do patrimônio.  

Os gestores de recursos de terceiros contratados pela Funpresp-Exe possuem 6 mil debêntures das Lojas Americanas (LAMEA6) no fundo exclusivo de crédito do Santander no valor de R$ 7,048 milhões e mais 6.840 debêntures das Lojas Americanas e SubMarino (LAMEA6 e BTOW15) no valor de R$ 7,992 milhões no fundo exclusivo de crédito do Daycoval, totalizando R$ 15,040 milhões.

Posição Oficial

Em nota divulgada nessa terça-feira (24), a entidade destaca que na carteira administrada diretamente pela Funpresp-Exe não há (e nunca houve) ações ou debêntures da Americanas S/A.  

E que a gestão terceirizada nos segmentos de ações e de crédito privado é realizada exclusivamente por meio dos fundos contratados por meio de processos licitatórios, que seguem a legislação em vigor (Lei 13.303/2016). 

“Por contrato, a Funpresp-Exe não pode exercer qualquer influência na escolha de ativos pelos gestores para essas carteiras, mas monitora de perto os investimentos realizados, garantindo que os regulamentos dos fundos e as Políticas de Investimento da Fundação sejam observados”, afirma a nota.  

Em particular, a exposição da Fundação ao mercado acionário se dá exclusivamente por meio de fundos de investimento que seguem o Índice Bovespa.

Segundo a nota, as ações da empresa Americanas S/A faziam parte da carteira do índice em 11/01/2023 – dia em que a empresa revelou inconsistências nas suas demonstrações financeiras – e, portanto, havia uma exposição a estas ações.  

A Funpresp-Exe afirma que está monitorando a situação e solicitou aos gestores terceirizados o estrito cumprimento dos regulamentos dos fundos.  

A Política de Investimentos da Fundação prevê a diversificação de segmentos e ativos para mitigar os riscos inerentes aos investimentos. Logo, esse evento adverso que atingiu todo o mercado financeiro terá repercussões marginais sobre a rentabilidade da Funpresp-Exe a longo prazo.    

No portal da Funpresp-Exe (https://www.funpresp.com.br/demonstrativos-de-investimentos) podem ser encontrados todos os ativos dos fundos de investimentos contratados. 

Leia também: Rombo na Americanas ‘não é nada para quem causou’, mas deve custar sustento de 100 mil trabalhadores 


Leia também


Últimas notícias