Sem polêmica

Economista Márcio Pochmann será o novo presidente do IBGE

Ministro Paulo Pimenta (Secom) disse que não houve “ruído” na indicação de Pochmann. Economista ligado ao PT foi alvo de ataques por parte da imprensa liberal

Pedro França/Agência Senado
Pedro França/Agência Senado
Professor da Unicamp, Pochmann também já presidiu o Ipea durante as gestões petistas

São Paulo – O ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação (Secom), confirmou nesta quarta-feira (26) que o economista Márcio Pochmann será o novo presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, negou qualquer “ruído” em relação à nomeação do economista. Ele vinha sendo atacado por setores da imprensa liberal, que tentaram desqualificar o intelectual.

“Marcio Pochmann que vai para o IBGE e não teve nenhum ruído sobre isso. Vai ser o presidente, vai assumir o IBGE”, disse Pimenta, na saída do Palácio da Alvorada, em Brasília, onde Lula passou o dia em repouso, recuperando-se de um procedimento contra dores no quadril.

Ao menos três notas da imprensa tentaram indispor Pochmann com a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB). Isso porque o IBGE é subordinado à pasta de Tebet, enquanto o economista é identificado com o PT. As jornalistas de O Globo Miriam Leitão e Malu Gaspar, por exemplo, chegaram a afirmar que o economista poderia manipular índices de inflação, e que ele seria considerado por alguns auxiliares de Tebet como um “terraplanista econômico”.

Mais cedo, em entrevista ao site Metrópoles, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também tratou de esfriar a polêmica. Ele disse que Tebet “não terá a menor dificuldade” em trabalhar com Pochmann. E ressaltou que ambos, a ministra e o economista, são pessoas “disciplinadas e leais ao presidente Lula”.

Pochmann é professor de economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Atualmente, também é presidente do Instituto Lula. Ele também comandou o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) entre o fim do segundo mandato de Lula e o começo do primeiro de Dilma Rousseff. Posteriormente, também foi presidente da Fundação Perseu Abramo (FPA), um think tank ligado ao PT.

Ontem, diante dos ataques a Pochmann, a Associação Brasileira de Economistas pela Democracia divulgou nota em apoio ao colega. “Nocivo é cobrirem-se do véu de jornalistas neutras para atuarem politicamente. Infame e vil é tentarem disseminar a ideia, atribuída a terceiros não identificados, de que Pochmann poderia manipular índices de inflação”, diz trecho do documento.


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