IBGE

Tebet diz que Pochmann será bem recebido: ‘Mídia não me pauta’

Ministra do Planejamento recusa-se a embarcar em campanha difamatória movida pela imprensa liberal contra a indicação de Márcio Pochmann para o comando do IBGE

Diogo Zacarias/MF
Diogo Zacarias/MF
Pochmann "será tratado como técnico e é muito bem-vindo para a nossa equipe", disse Tebet

São Paulo – A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), afirmou nesta quinta-feira (27) que o economista Márcio Pochmann, indicado como novo presidente do IBGE, será “bem recebido”. Após reunião no Ministério da Fazenda, Tebet se recusou a fazer qualquer apreciação em relação ao novo colega. O IBGE é subordinado à pasta da ministra.

“Ninguém me pauta. A mídia não me pauta, companheiros não me pautam”, afirmou Simone Tebet. “O que me pauta é a justiça que eu tenho para mim, de não querer para os outros o que eu não quero para mim. E eu não gosto de ser pré-julgada pelo meu trabalho. E não farei isso com um colega que agora vai se somar conosco, num grande projeto a favor do Brasil”, acrescentou a ministra.

Renomado economista heterodoxo, Pochmann vem sendo alvo de uma campanha difamatória por parte da imprensa liberal. A jornalista Miriam Leitão, do jornal O Globo, voltou a afirmar que Pochmann poderia “maquiar números” do IBGE para favorecer o governo. Além disso, afirmou que o economista teria uma “incapacidade crônica de se atualizar”.

A intenção desse tipo de ataque é tentar indispor Tebet com o governo. A ministra, no entanto, não comprou a briga e negou que pudesse deixar o governo por conta da indicação do novo colega. “Imagina se uma falha de comunicação vai atrapalhar um trabalho que mal começou ainda”, disse ela. Segundo ela, houve um “desencontro de comunicação” com o ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social (Secom), que anunciou ontem o nome de Pochmann para a presidência do IBGE. Para a ministra, no entanto, o episódio já está superado.

Indicação de Lula

Antes de se encontrar com o ministro Fernando Haddad, Tebet também falou com a imprensa. Disse que já havia “consenso” sobre a troca no comando do IBGE, ocupado interinamente por Cimar Azeredo, funcionário de carreira do instituto. Ela também afirmou que já teria sido avisada que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva gostaria de fazer uma “escolha pessoal”, o que ela classificou como “mais do que justo”, mas que não sabia do nome do indicado.

“Diante disso, nada mais justo, óbvio, do que atender ao presidente Lula, independente do nome que ele apresentaria, que ele ainda não havia me apresentado. Então, como o ministro Pimenta, não sabendo que na reunião que tivemos com o presidente, não havíamos citado nome, anunciou preliminarmente e já está colocado”, explicou a ministra.

Nesse sentido, Tebet afirmou que a indicação de Pochman “será oficializada no momento certo”, após reunião que terá com Lula na semana que vem. “Acataremos qualquer nome que venha. O nome já está posto? Já está posto. Será esse? Confirmei com a Casa Civil, confirmei com o ministro Padilha, se era o nome do qual eles estavam mencionando. Eles confirmaram que sim.”

Ela voltou então a bater na tecla de que não faria qualquer “pré-julgamento”. “Porque já fui muito pré-julgada na minha vida profissional e política. Eu vou ouvi-lo primeiro, tem um lado que tem falado bem, outro lado que tem feito questionamentos. Eu não quero saber do passado, quero saber do presente. A conversa será técnica, ele será tratado como técnico, e será muito bem-vindo para a nossa equipe. Irá e continuará no IBGE, enquanto estiver atendendo aos interesses da sociedade brasileira”, declarou a ministra. 


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