Com receita maior do que a prevista, governo libera R$ 12,2 bi do Orçamento de 2011

Ministério do Planejamento admite crescimento abaixo de 4% e inflação maior, mas dentro da meta

De acordo com o Ministério do Planejamento, , a “deterioração do cenário externo” tem efeito “tanto sobre a taxa de crescimento real do PIB” (Foto: José Cruz/ Arquivo Agência Brasil)

São Paulo – O Ministério do Planejamento reviu a projeção de crescimento econômico da economia e da inflação brasileiras neste ano. A crise internacional é o motivo para a mudança de perspectiva. Ao mesmo tempo, diante do aumento das receitas líquidas do governo – oriundas de impostos e contribuições – também foi anunciada liberação de R$ 12,153 bilhões de recursos do Orçamento da União de 2011. O montante havia sido contingenciado em fevereiro deste ano, após o ajuste fiscal promovido pelo Ministério da Fazenda.

A medida foi tomada uma vez que houve uma elevação R$ 586,108 bilhões para R$ 598,095 bihões das receitas líquidas da União. Isso sugere que o país tem reagido bem às instabilidades internacionais, já que o aquecimento da economia se reflete em maior arrecadação de tributos.

Reagir bem, porém, não basta para manter a projeção de crescimento para 2011. O governo federal passou a considerar que a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) deve ficar em 3,8%, ante estimativa anterior de 4,5%. Em relação ao Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA/IBGE), a revisão foi de 5,8% para 6,4%, ainda dentro da meta estabelecida pela área econômica do Executivo.

Segundo relatório Relatório de Avaliação de Receita e Despesas Primárias encaminhado ao Congresso Nacional nesta sexta-feira (18). Segundo o Ministério do Planejamento, a “deterioração do cenário externo” tem efeito “tanto sobre a taxa de crescimento real do PIB” como sobre “a cotação do câmbio médio”.

A massa salarial deve crescer mais do que o previsto antes – a estimativa atual é de 15,37%, ante 13,36% de relatório anterior – mas não em ritmo suficiente para compensar a retração da economia internacional.

A crise pela qual passam os países desenvolvidos, especialmente os da Europa, provoca recessão. Como são nações importadoras, a situação tem efeitos indiretos também sobre o Brasil e outras economias emergentes. Apesar da aposta do governo federal brasileiro em reforçar o consumo interno e combater a pobreza para enfrentar os efeitos da crise, parte da economia sofre com o cenário.

Em relação à taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, os técnicos do ministério apostaram em leve redução, de 11,79% para 11,69% ao ano. Para a cotação do dólar, o câmbio média foi elevada de R$ 1,61 para R$ 1,67.

Confira a íntegra do relatório.