Análise

Com aumento da renda, diminui a procura e qualidade do emprego melhora

Para diretor-técnico do Dieese, jovens entram mais tarde no mercado de trabalho e mais velhos também estão deixando de buscar ocupação. Contratações com carteira assinada ampliam proteção social

ascom – são gonçalo/rj

Agência de emprego na Baixada Fluminense: procura baixa, enquanto renda do trabalhador aumenta

São Paulo – A menor taxa de desemprego registrada para um mês de setembro, segundo divulgou ontem (24) o IBGE, decorre não necessariamente do aumento do número de ocupados, mas principalmente em função da diminuição da procura. O diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, afirmou em seu comentário de hoje na Rádio Brasil Atual que tanto os pesquisados mais jovens quanto os mais velhos são responsáveis por essa diminuição da procura.

De acordo como o economista, esse fenômeno pode ser explicado pela incremento do poder aquisitivo das famílias, o que permite que os mais jovens possam passar mais tempo estudando e retardar o ingresso no mercado de trabalho. O aumento da renda, segundo Clemente, leva ainda as pessoas acima de 60 anos a descartar a necessidade de procurar trabalho.

A Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do IBGE, apurou um índice de desocupação de 5,4%, um baixo patamar não verificado desde o início da série, em 2002. A taxa média de 5,6% entre janeiro e setembro é igualmente a menor – está em menos da metade do que há dez anos (12,5%).

No emprego com carteira assinada no setor privado, o número chegou a 11,820 milhões, com crescimento de 1% sobre agosto e de 3,5% em relação a setembro de 2012 – acréscimo de 399 mil postos de trabalho formais em 12 meses. Os trabalhadores com registro correspondem a 51% do total de ocupados nas seis regiões metropolitanas pesquisadas – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre.

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