Sob controle?

Com alta no acumulado, inflação oficial registra menor índice mensal em um ano

IPCA foi a 0,26% em junho e mostra tendência de declínio há dois meses. Alimentos tiveram menor resultado desde julho de 2011. Mesmo com aumentos cancelados, tarifas de transportes tiveram impacto

 

São Paulo – A variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA),  menor pelo segundo mês seguido, foi de 0,26% em junho, menor índice desde igual mês do ano passado (0,08%), abaixo tanto de abril  (0,55%) como de maio (0,37%). No semestre, acumulou alta de 3,15%, acima de igual período de 2012 (2,32%). Apesar da desaceleração registrada no segundo trimestre deste ano, o índice em 12 meses somou 6,7%, acima dos 12 meses imediatamente anteriores (6,5%), por causa da “troca” entre os IPCAs de junho. Era uma situação esperada para o mês – os 6,7% representavam a maior taxa acumulada desde outubro de 2011 (6,97%). Os resultados foram divulgados hoje (5) pelo IBGE.

Os preços do grupo Alimentação e Bebidas também continuam mostrando tendência de declínio. A variação passou de 0,31% em maio para 0,04%, menor resultado desde julho de 2011. Foi a quinta vez seguida que o índice desse grupo ficou abaixo do mês anterior. Mesmo assim, fechou o primeiro semestre com alta de 6,02%, ante 3,26% em igual período de 2012.

A maior pressão em junho veio de transportes. O grupo, que havia registrado deflação de 0,25% no mês anterior, teve alta de 0,14.

Além de alimentos, os remédios (de 1,61% para zero) e combustíveis (de -0,75% para -1,67%) também influenciaram o movimento descendente da inflação oficial. Embora tenha acumulado alta de 43,8% no semestre, o tomate, destaque midiático no início do ano, caiu 10,31% em maio e 7,21% em junho. A cebola, também com forte elevação no semestre (58,88%), teve preços menores nos dois últimos meses (-2,69% e 4,99%, respectivamente). Com alta de 7,33% em maio e queda de 18,53% no mês passado, a cenoura registrou variação de 44,52% na primeira metade do ano. O preço do óleo de soja caiu 3,56% em maio e 3,4% em junho, acumulando variação de -11,92% no semestre.

Em Saúde e Cuidados Pessoais, a variação foi de 0,36%, ante 0,94% no mês anterior. “Com preços estáveis em junho, após terem aumentando 1,61% em maio, os remédios, refletindo basicamente o reajuste de 4 de abril, completaram alta de 4,79% neste primeiro semestre do ano, acima dos 3,33% do ano anterior”, informou o IBGE.

Em Transportes (de -0,25% para 0,14%), a gasolina voltou a cair, de -0,52% em maio para -0,93% em junho, assim como o etanol (de -1,97% para -5,33%). Com isso, o item combustível variou -1,67% e teve impacto de -0,08 ponto percentual no índice geral de inflação. Já as tarifas de ônibus urbanos representaram impacto de 0,07 ponto, com alta de 2,61%, ante queda de 0,02% no mês anterior.

“A alta nas tarifas refletiu as variações no Rio de Janeiro (5,09%), cujo reajuste de 7,20% vigorou de 1º a 20 de junho; São Paulo (4,67%), com reajuste de 6,75% em vigor de 2 a 20 de junho; e em Goiânia(2,90%), dado o reajuste de 11%, que valeu de 22 de maio a 13 de junho”, diz o IBGE. “Quanto a Recife, houve queda de 1,44%, pois o valor que vigorava desde 6 de janeiro foi reduzido em 4,30% a partir do dia 20 de junho. Além disso, houve pressão das passagens aéreas (de -3,43% em maio para 6,71% em junho) e das tarifas dos ônibus intermunicipais (de -0,01% para 1,03%).”

Também puxaram o índice geral para baixo itens como empregado doméstico (de 0,76% para 0,50%), mão de obra para pequenos reparos (de 1,94% para 0,35%) e artigos de limpeza (de 0,83% para 0,12%). Os artigos de vestuários variaram 0,50%, ante 0,84% em maio, enquanto os eletrodomésticos foram 0,49% para -0,56%.

O maior índice regional foi do Rio de Janeiro (0,65%), com alta de 1,64% nos alimentos consumidos fora de casa. Houve pressão ainda das tarifas de ônibus urbanos (5,09%), refletindo o reajuste de 7,2% que vigorou de 1º a 20 de junho.

Os menores índices foram registrados em Belém (-0,07%) e Curitiba (-0,01%). No primeiro caso, os preços dos alimentos tiveram queda de 0,61% e representaram impacto de -0,21 ponto percentual. No segundo, os combustíveis, com variação de -6,49%, corresponderam a -0,37 ponto na taxa total. Em São Paulo, o IPCA passou de 0,21% para 0,29% e em Brasília, de 0,49% para 0,21%. Foi de 0,47% a 0,20% em Belo Horizonte, de 0,50% a 0,17% em Porto Alegre, de 0,74% a 0,15% em Recife e de 0,24% a 0,39% em Salvador, entre outras regiões.

INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ficou em 0,28% em junho, abaixo de maio (0,35%) e pouco acima de igual mês do ano passado (0,26%). Com o resultado, foi a 3,30% no ano, ante 2,56% no primeiro semestre de 2012. Em 12 meses, a variação é de 6,97%, bem próxima à dos 12 meses imediatamente anteriores (6,95%).

 

Em instantes, mais informações.