CNI eleva para 7,2% estimativa de crescimento da economia este ano

Brasília – A economia brasileira deve crescer 7,2% neste ano, na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A estimativa anterior para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), soma […]

Brasília – A economia brasileira deve crescer 7,2% neste ano, na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A estimativa anterior para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, era de 6%, segundo o Informe Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (1º).

Segundo a CNI, a estimativa foi alterada devido à “forte expansão da economia no primeiro trimestre deste ano”. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB cresceu 9% de janeiro a março, em relação a igual período de 2009, a maior alta da série histórica nesse tipo de comparação.

Entretanto, para a CNI, o ritmo de crescimento no ano “já mostra perda de intensidade e esse movimento deverá persistir nos próximos trimestres”. “O fim dos estímulos tributários e fiscais em março gerou comportamento atípico do consumo no período, acima da média histórica. A desaceleração do consumo das famílias deverá permanecer, dado o cenário de elevação dos juros”, diz o documento.

Na avaliação da CNI, haverá melhora na qualidade do crescimento, com aumento dos investimentos, que irão representar 19,4% do PIB.

A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano foi mantida em 5,4%, acima do centro da meta de inflação de 4,5%. Essa meta tem margem superior de 6,5%.

“A inflação, embora siga acima do ponto central da meta, não mostra mais sinais de aceleração”, avalia a CNI. Por isso, a expectativa da entidade é que o ciclo de aumento da taxa básica de juros, a Selic, seja mais curto e menos intenso do que o inicialmente esperado. A CNI espera que o ciclo de elevação da Selic termine em setembro, com duas elevações, uma de 0,75 ponto percentual em julho e a outra de 0,5 ponto percentual na reunião seguinte. Assim, a Selic encerraria 2010 em 11,5% ao ano. Atualmente a taxa básica está em 10,25% ao ano.

O Banco Central (BC) eleva a taxa básica de juros quando considera que a inflação está em alta, em situação de economia muito aquecida. Cabe ao BC perseguir a meta de inflação.

Para a CNI, as exportações devem ficar em US$ 190 bilhões e as importações em US$ 180 bilhões, com superávit comercial de US$ 10 bilhões, a mesma estimativa anterior.

Para o déficit em conta-corrente, a projeção é de US$ 54 bilhões. “O aumento do déficit em transações correntes é uma consequência do crescimento acelerado do país, sobretudo devido à ausência de poupança doméstica”, destaca o documento divulgado hoje. Segundo a CNI, a deterioração nas contas externas é potencializada pela valorização da taxa de câmbio, o prejudica a competitividade dos produtos brasileiros e estimula o aumento das importações.