BC aumenta previsão de crescimento da economia para 2010

Recuperação dos investimentos e manutenção do consumo mostram confiança na economia

Brasília – O Banco Central revisou de 5,8% para 7,3% a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma dos bens e serviços produzidos no país – neste ano. A avaliação consta do Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta quarta-feira (30). O novo ciclo de crescimento tem a demanda interna por bens e serviços como elemento propulsor do ritmo de expansão.

De acordo com as projeções, o setor agropecuário deverá crescer 5,4%, aumento de 0,1 ponto percentual em relação à estimativa divulgada em março.

A perspectiva para a expansão do setor industrial passou de 8,3% para 11,6%, com ênfase na revisão, de 10,1% para 13,3%, da estimativa para a construção civil. O setor de serviços deverá crescer 5,3%, ante 4,7% projetado anteriormente. A estimativa para o consumo das famílias aumentou de 6,1% para 7,2%.

No documento, o BC destaca a recuperação dos investimentos, “o que ratifica o cenário de sustentabilidade, a médio prazo, da expansão da economia”. Segundo o banco, essa perspectiva é reforçada com a evolução de indicadores de confiança de empresários e consumidores, das condições do mercado de crédito e de trabalho, com aumento de ganhos salarias e formalização de emprego.

A Formação Bruta de Capital Fixo (investimentos) deverá crescer 17,1%, ante 15,7% na projeção anterior. O aumento dos investimentos “deve ser reforçado por projetos ligados ao setor de petróleo (pré-sal) e de infraestrutura, em grande parte, liderados pelo setor público”. Além disso, o BC destaca a realização de eventos como a Copa do Mundo e a Olimpíada, que devem estimular expansão do investimento privado nos próximos anos.

Demanda interna

“O consumo das famílias deverá seguir impulsionado pela disposição dos trabalhadores de comprometer renda futura, em cenário de confiança elevada e disponibilidade de crédito”, informa o relatório. Para o BC, a retomada dos investimentos leva ao aumento da produção das empresas e “o comportamento do setor de construção, tende a se consolidar”.

O relatório acrescenta, que “as perspectivas favoráveis quanto à evolução da atividade econômica nos próximos trimestres devem incorporar, entretanto, o impacto negativo do efeito da antecipação de compras registrado no primeiro trimestre do ano, em resposta ao final da desoneração fiscal nos segmentos de automóveis e de outros bens duráveis, ocorrido nos primeiros meses do segundo trimestre”.