Menos renda

Com resultado do INPC, salário mínimo de 2022 fica novamente sem ganho real

Com alta da cesta básica, trabalhador que ganha o piso compromete quase 60% da renda líquida para comprar alimentos

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Política de valorização do salário mínimo, agora abandonada pelo governo, garantiu aumento real desde 2002

São Paulo – Com a divulgação do INPC de 2021, nesta terça-feira (11), se confirmou que o salário mínimo brasileiro ficou novamente sem aumento real (acima da inflação). O valor de R$ 1.212 para este ano corresponde a um reajuste de 10,18%, praticamente o mesmo resultado do INPC anual (10,16%). O valor final do piso foi arredondado para cima.

Itens diretamente ligados ao orçamento familiar, como os de alimentos, tarifas e combustíveis, foram os que mais subiram. São exatamente os que têm maior impacto na população de menor renda.

O Dieese estimou que, em dezembro, o salário mínimo deveria ser de R$ 5.800,98 para custear as despesas básicas de uma família de quatro pessoas. O cálculo foi feito com base na cesta básica mais cara no mês passado, a de São Paulo, que chegou a R$ 690,51. O mínimo do Dieese corresponde a 5,27 vezes o piso oficial de 2021 (R$ 1.100). Um ano antes, essa proporção era de 5,08.

Cesta básica

No ano passado, o preço médio da cesta básica subiu nas 17 capitais pesquisadas pelo Dieese, variando de 5,03% (Brasília) a 16,3% (Curitiba). Em São Paulo, a alta em 2021 foi de 9,35%.

Um trabalhador remunerado pelo salário mínimo comprometeu, em dezembro, quase 60% de seu rendimento líquido (58,91%) parar comprar os produtos da cesta básica. Em igual mês de 2020, ele comprometia 56,57%.

Desde 2002, com a política de valorização adotada nos governos Lula e Dilma, resultado de mobilização das centrais sindicais, o salário mínimo acumula aumento de 506%, enquanto o INPC subiu 239,1%. Isso resultou em aumento real de 78,7%. Confira nota técnica do Dieese, elaborada antes da divulgação dos resultados da inflação em 2021.

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