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‘Prévia’ da inflação oficial não para de subir, e taxa acumulada é a maior em cinco anos

Mais uma vez, gasolina e energia elétrica pesaram no índice e no bolso. Em Fortaleza, inflação já supera os dois dígitos

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Rotina: gasolina aumentou e já acumula alta de 45,86% em 12 meses

São Paulo – Com taxa duas vezes maior que a do mês anterior, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) chegou a 0,83% em junho, segundo o IBGE. Com isso, a “prévia” da inflação oficial atingiu 4,13% no ano. Em 12 meses, foi a 8,13%, maior índice acumulado desde outubro de 2016. Uma região metropolitana, a de Fortaleza, já atinge inflação de dois dígitos.

O instituto apurou alta nos nove grupos pesquisados. Destaque para Transportes, que variou 1,35% e representou impacto de 0,28 ponto percentual no IPCA-15 deste mês. Apenas a gasolina aumentou 2,86% em junho. O preço do combustível acumula alta de 45,86% em 12 meses.

Bandeira vermelha

A maior elevação entre os grupos foi de Habitação (1,67%), com impacto de 0,26 ponto no resultado mensal. O IBGE aponta o aumento de 3,85% na energia elétrica (0,17 ponto), “com alta influenciada pelo acionamento da bandeira vermelha patamar 2”.

O grupo Alimentação e Bebidas subiu um pouco menos (de 0,48%, em maio, para 0,41%). O IBGE destaca queda nos preços de itens como frutas (-6,44%), batata inglesa (-9,41%), cebola (-10,32%) e arroz (-1,91%). Mas as carnes seguem em alta (1,14%). Também aumentaram o leite longa vida (2,57%) e o queijo (1,99%).

Comer fora ficou bem mais caro (1,08%). A refeição fora do domicílio subiu 0,86% (0,16% em maio) e o lanche, 1,67% (0,72%).

Carro, metrô, ônibus

Ainda no grupo Transportes, além da gasolina, o IBGE apurou aumentos do gás veicular (12,41%), do etanol (9,12%) e do óleo diesel (3,53%). Tanto o automóvel novo (0,47%) como o usado (0,80%) tiveram aumento, com impacto de 0,03 ponto na taxa geral. Já as passagens aéreas caíram 5,63%. Com reajuste no Rio de Janeiro, a tarifa do metrô subiu 4,14%, enquanto o ônibus urbano ariou 0,16%, com reajuste em Salvador.

Em Habitação, outro aumento foi da taxa de água e esgoto: 2,45%. Houve elevação de tarifas em São Paulo e Curitiba, e queda em Brasília. Segundo o IBGE, o gás encanado subiu 5,20%, com aumento no Rio, Curitiba e São Paulo.

Acima de 10%

E o grupo Saúde e Cuidados Pessoais também subiu menos em junho (0,53%), com alta de 0,68% dos produtos farmacêuticos. No mês anterior, os medicamentos haviam subido 2,98%, com correção de preços autorizada. Ainda nesse grupo, itens de higiene pessoal aumentaram 0,37%.

Entre as áreas pesquisas, o IPCA-15 variou de 0,29% (Belém) a 1,18% (Porto Alegre). No acumulado em 12 meses, vai de 6,80% (Rio) a 10,08% (Fortaleza). Na Grande São Paulo, soma 7,30%.

O IPCA e o INPC deste mês serão divulgados em 8 de julho.