Subindo

Com alta de alimentos, ‘prévia’ da inflação tem maior taxa para setembro em oito anos

Preço da gasolina também contribuiu para que o IPCA-15 fosse a 0,45%, quase o dobro do mês anterior. Em 12 meses, índice sobe 2,65%

Reprodução/Montagem RBA
Reprodução/Montagem RBA
Arroz e tomate estão entre os itens do dia a dia que subiram em setembro

São Paulo – Os preços dos alimentos, principalmente, levaram o  Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) a subir 0,45% em setembro, maior taxa para o mês desde 2012. Foi quase o dobro do mês anterior (0,22%) e bem acima de setembro de 2019 (0,09%). Com os resultados divulgados nesta quarta-feira (23) pelo IBGE, a “prévia” da inflação oficial acumula 1,35% no ano e 2,65% em 12 meses.

Segundo o instituto, o grupo Alimentação e Bebidas, com alta de 1,48%, foi responsável por 0,30 ponto percentual, ou dois terços do resultado deste mês. Os alimentos para consumo no domicílio passaram de 0,61%, em agosto, para 1,96%. Apenas as carnes tiveram aumento de 3,42% (0,09 ponto).

Arroz, óleo, leite, tomate

Depois de queda de 4,20% no mês anterior, o tomate registrou alta de 22,53%. Também subiram os preços do óleo de soja (20,33%), arroz (9,96%) e leite longa vida (5,59%). No ano, esses três produtos acumulam de 34,94%, 28,05% e 27,33%, respectivamente. Entre as quedas, o IBGE destaca cebola (-19,09%), alho (-11,90%) e batata inglesa (-8,20%).

Comer fora do domicílio também ficou mais caro. O aumento foi de 0,36%, depois de queda de 0,30% em agosto. A refeição passou de -0,52% para 0,09% e o lanche, de 0,06% para 0,89%.

A segunda maior variação foi do grupo Transportes (0,83%). Na terceira elevação seguida, a gasolina (3,19%) respondeu por outro terço da inflação de setembro (0,15 ponto percentual). O instituto apurou altas do óleo diesel (2,93%) e do etanol (1,98%), enquanto o gás veicular caiu 2,58%. As passagens aéreas aumentaram 6,11%, mas acumulam queda de 55,18% no ano.

Preço do PC sobe

Com aumento dos itens TV, som e informática (2,04%) e e eletrodomésticos e equipamentos (0,66%), o grupo Artigos de Residência subiu 0,79%. O mobiliário caiu 0,14%. Apenas os preços do computador pessoal subiram, em média, 17,99% no ano, provável efeito do aumento do home office.

A retração mais intensa foi do grupo Saúde e Cuidados Pessoais (-0,69%, -0,09 ponto). “Esta queda deve-se ao item plano de saúde (-2,31%), que contribuiu com -0,10 p.p., devido à decisão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de suspender reajustes de planos de saúde até o fim de 2020″, diz o IBGE.

O grupo Vestuário caiu 0,27%, com redução de preços de roupas e aumento de joias e bijuterias. Habitação subiu 0,34%: a taxa de água e esgoto subiu 1% e o gás encanado recuou 1,65%, enquanto a energia elétrica variou -0,03%.

O maior resultado foi apurado em Goiânia (1,10%) e o menor, na região metropolitana de Salvador (0,18%). Na Grande São Paulo, o IPCA-15 subiu 0,44%. Em 12 meses, o índice vai de 2,10% (região metropolitana de Porto Alegre) a 3,41% (Belém), com alta de 2,74% em São Paulo, 2,52% no Rio de Janeiro e 2,33% em Brasília.

O IPCA e o INPC deste mês serão divulgados em 9 de outubro.


Leia também


Últimas notícias