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Negociações coletivas beneficiam a economia: acordo dos bancários injeta R$ 10,5 bi

Categoria aprovou em 2018 acordo válido por dois anos, que prevê reajuste salarial acima da inflação, além da participação nos lucros ou resultados

Anju
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Bancários de São Paulo aprovam acordo em 2018 válido por dois anos: para dirigente, impacto econômico mostra acerto da estratégia

São Paulo – Os bancários, que têm uma convenção coletiva nacional, não têm campanha neste ano, já que em 2018 aprovaram acordo com dois anos de duração, até 31 de agosto de 2020. E os efeitos positivos desse acordo atingem toda a economia: segundo estimativa do Dieese, o reajuste aplicado nesta data-base (1º de setembro) injetará aproximadamente R$ 10,5 bilhões nos próximos 12 meses, incluindo nessa conta a participação nos lucros ou resultados (PLR). O valor poderia ser ainda maior se os bancos não reduzissem o número de postos de trabalho, apesar dos lucros que registram ininterruptamente.

“Se não fosse pela gestão dos bancos, que mesmo com lucros recordes cortaram 3.057 postos de trabalho, o impacto positivo do reajuste salarial seria pelo menos 10% maior”, afirma a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva. “Ao contrário do que defende o atual governo, que insiste em dizer que o trabalhador terá de escolher entre direitos ou emprego, atacando nossas conquistas e aposentadoria, o resultado da mobilização da nossa categoria prova que quando o trabalhador é respeitado e valorizado a economia ganha e mais empregos podem ser gerados”, avalia.

Pelo acordo aprovado em 2018, os bancários garantiram reajuste equivalente à variação acumulada do INPC (3,28% em 12 meses, até agosto) mais 1% a título de ganho real. Com isso, tiveram agora aumento de 4,31%. O valor aproximado de R$ 10,549 bilhões leva em conta dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2017, com atualização pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de 2018 – a Rais do ano passado ainda não saiu. Esses indicadores eram divulgados pelo Ministério do Trabalho, extinto pelo atual governo, e agora estão sob responsabilidade da pasta da Economia.

O sindicato  lembra que os bancos já estão creditando a primeira parcela da PLR. O Bradesco pagou no dia 16 e o Itaú, no dia 20. O Santander pagará na próxima segunda-feira (30). Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, que têm acordos específicos nesse item, também já anteciparam o prêmio. Só em setembro, calcula o Dieese, o pagamento de PLR representa acréscimo de R$ 3,488 bilhões na economia.

Para Ivone, o impacto econômico mostra o acerto da estratégia de negociação e mobilização, que garantiu também a manutenção dos direitos previstos na convenção coletiva. “Isso em uma conjuntura política e econômica adversa”, lembrou. “São poucas as categorias que conquistaram aumento real em 2018 e 2019. No banco de estatais, como BB e Caixa, o reajuste padrão proposto pelo governo é de apenas 70% da inflação.”

Com informações da Folha Bancária, do Sindicato dos Bancários de São Paulo

 

 

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