Pontual

Bolsonaro adia aumento do diesel, mas está longe de proteger a Petrobras

Avaliação é do diretor da FUP, João Antonio de Moraes, que vê suspensão como medida 'pontual', mas insuficiente para dar conta do que deveria ser a administração de mais importante estatal brasileira

Arquivo EBC

“(Bolsonaro) administra a Petrobras como se fosse uma empresa privada”, afirma o diretor da FUP

São Paulo – A recente intervenção do presidente Jair Bolsonaro junto à Petrobras, ao impor o adiamento do aumento do preço do diesel nas refinarias, está longe de mostrar uma intenção de defesa da Petrobras, segundo avaliação do diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antonio de Moraes em entrevista aos jornalistas Marilu Cabañas e Glauco Faria, na Rádio Brasil Atual.

Na sexta-feira (12), o chefe do Executivo chamou para si a responsabilidade por adiar o aumento no preço de diesel nas refinarias, depois de os caminhoneiros mostrarem descontentamento com a medida, o que criou certa instabilidade na ala que defende o mercado financeiro em seu governo e especula em cima do combustível, mas, ainda que a medida contrarie uma lógica liberal, registra apenas uma intenção pontual do presidente. 

“A medida é acertada, mas ainda está longe de mudar a política, isto é, com medo da greve (dos caminhoneiros), ele atendeu agora, mas não dá quaisquer sinais de voltar a administrar a Petrobras segundo as necessidades do povo brasileiro, pelo contrário”, contesta o diretor da FUP acrescentando que o governo Bolsonaro faz a gestão da estatal “como se fosse uma empresa privada”.

“Pior que isso, está vendendo os ativos da Petrobras, o que tornará depois, o povo brasileiro, completamente refém das empresas internacionais de combustíveis”, destaca Moraes. A suspensão do aumento é, contudo, temporária. Segundo o próprio Bolsonaro, o governo aguarda dados que justifique a subida no preço.

Ouça a entrevista 

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