Custo de vida

Despesas com alimentos, energia e combustível elevaram inflação em 2018

Taxa oficial somou 3,75%, abaixo da meta do governo, mas acima do ano anterior. Com os resultados divulgados nesta sexta-feira, reajuste do salário mínimo contemplou aumento real

Arte RBA

Combustíveis, passagens aéreas e energia pesaram no bolso em 2018. Tomate foi o produto com maior alta

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação no país, fechou 2018 com variação de 3,75%, abaixo da meta do governo, mas acima do ano anterior (2,95%), segundo informou hoje (11) o IBGE. Preços de alimentos e custos com energia e combustíveis ficaram entre os principais fatores que levaram à alta no ano passado.

Responsável por aproximadamente um quarto das despesas das famílias, o grupo Alimentação e Bebidas teve aumento de 4,04%, após variar -1,87% em 2017. De acordo com o instituto, apenas esse grupo representou impacto de 0,99 ponto percentual. O IBGE lembrou que a safra de grãos foi aproximadamente 5% menor e citou ainda a greve dos caminhoneiros, em maio, que provocou impacto em vários produtos. 

O comportamento foi desigual entre as regiões pesquisadas. Alimentação e Bebidas variou de 1,23%, na região metropolitana de São Luís, a 6,11%, na Grande Porto Alegre. Em São Paulo, subiu 4,43%.

Entre os produtos, destaque para tomate (alta de 71,76% e impacto de 0,13 ponto), frutas (14,10%), cebola (36,71%), batata inglesa (23,76%), leite longa vida (8,43%), hortaliças (10,79%), macarrão (10,53%), farinha de trigo (18,10%), cenoura (12,59%), lanche fora (4,35%) e refeição fora (2,38%). As principais quedas foram do feijão carioca (-46,06%) e da farinha de trigo (-11,53%). 

No caso da energia elétrica, a variação em 2018 ficou um pouco abaixo do ano anterior: 8,70%, ante 10,35%, mas teve impacto de 0,31 ponto na taxa geral. As taxas foram de -3,62% (região metropolitana de Fortaleza) a 17,67% (São Luís). Com aumento de 4,752%, o grupo Habitação representou impacto de 0,74 ponto no IPCA.

Já o grupo Transportes, que concentra 18,5% do IPCA, a alta foi de 4,19%, com impacto de 0,76 ponto. No ano passado, a passagem aérea aumentou 16,92%, a gasolina subiu 7,24% e o ônibus urbano, 6,32%.

Apenas no mês passado, o IPCA variou 0,15%, ante -0,21% em novembro. Segundo o IBGE, foi a menor variação para dezembro desde o início do Plano Real, em 1994.

INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) somou 3,43% em 2018, também acima do ano anterior (2,07%), com alta de 3,82% nos alimentos, que em 2017 haviam registrado queda de 2,70%.

Em dezembro, a variação foi de 0,14%, ante -0,25% em novembro. Foi também a menor variação para dezembro desde 1994. 

Salário mínimo

Com os resultados divulgados nesta sexta-feira, o salário mínimo teve aumento real (acima da inflação). O reajuste do piso nacional, que agora vale R$ 998, foi de 4,61%. Pela regra, deve-se somar a inflação (INPC) do ano anterior (3,43%) mais o Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes (1%), o que soma 4,46%.

A partir deste ano, o salário mínimo fica sem uma política de reajustes, que desde 2004 garantiu ganhos bem acima da inflação. A expectativa é de uma definição, neste semestre, por parte do governo.

 

 

 

 

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