Em junho

‘Prévia’ da inflação dispara, com alta de alimentos, energia e combustível

O IPCA-15 variou 1,11%, maior taxa para o mês desde 1995. IBGE aponta efeitos de movimentação dos caminhoneiros

Fernando Frazão/Agência Brasil

Segundo o IBGE, apenas a gasolina foi responsável por boa parte da alta da inflação no mês de junho

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) variou 1,11% neste mês, bem acima de maio (0,14%), alcançando a maior taxa para junho desde 1995, segundo o IBGE. Preços de alimentos, combustíveis e tarifas de energia e água pressionaram a “prévia” da inflação oficial, com efeitos da recente paralisação dos caminhoneiros. Com o resultado, o acumulado no ano subiu para 2,35%, ante 1,62% em igual período de 2017. Em 12 meses, atinge agora 3,68%. 

O grupo de maior peso na composição do índice, Alimentação e Bebidas, subiu 1,57%, depois de cair 0,05% no mês passado. O resultado foi impulsionado, principalmente, pelo item alimentação no domicílio, que passou de 0,09% para 2,31%, com destaque para aumentos de  batata inglesa (45,12%), cebola (19,95%), tomate (14,15%), leite longa vida (5,59%), carnes (2,35%) e frutas (2,03%). A alimentação fora de casa também subiu, de -0,28% para 0,29%.

Já no grupo Habitação, o IBGE destaca a alta de 5,44% na energia elétrica. Foram aplicados reajustes nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife e Salvador. Com altas no Rio de Janeiro e em São Paulo, o gás encanado aumentou 1,70%. O instituto apurou ainda elevação, de 0,77%, na taxa de água e esgoto, com aumentos em várias regiões.

Em Transportes, a alta mensal foi de 1,95%, com os combustíveis passando de -0,17% para 5,94%. Destaque para a gasolina, de 0,81% para 6,98%. Sozinho, esse item representou 0,31 ponto percentual do IPCA-15. O etanol subiu 2,36%, depois de cair 5,17% em maio, e o óleo diesel teve aumento de 3,06%, após alta de 3,95%. Os preços de passagens aéreas voltaram a cair, porém de forma menos intensa (de -14,94% para -2,12%).

A inflação aumentou nas 11 localizadas pesquisadas. Só ficou abaixo de 1% em Belém (0,76%) e Recife (0,95%). O maior resultado foi apurado na região metropolitana de Belo Horizonte (1,37%), com impacto da gasolina e da energia elétrica. Em São Paulo, onde a taxa havia sido de -0,19% em maio, agora houve alta de 1,11%. No acumulado em 12 meses, o IPCA-15 varia de 2,08% (Belém) a 4,47% (Goiânia). Na região metropolitana paulista, fica em 4%.

O IPCA e o INPC deste mês serão divulgados em 6 de julho.

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