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ABC cobra do governo federal investimento para o setor petroquímico

Comissão da entidade regional reuniu-se com o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga

Francisco Stuckert/MME

Representantes da região do ABC se reuniram com o ministro ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga

ABCD Maior – Prefeitos do ABC paulista foram recebidos ontem (29) pelo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB-AM), para discutir o momento enfrentado pela indústria química brasileira. O presidente do Consórcio Intermunicipal Grande ABC e prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (PSDB), o prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), e o prefeito de Mauá e presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, Donisete Braga (PT), representaram a região no encontro, entregando um manifesto em defesa das empresas do setor.

Após o encontro, Gabriel Maranhão lembrou que a cadeia do pólo petroquímico precisa de incentivo e planejamento para recuperar o vigor. O presidente da entidade regional citou ainda a importância dessa indústria para o ABC. “O ministro prometeu debater e dar destaque ao nosso manifesto. Temos que reforçar junto à Petrobras a importância da definição dos preços de nafta, por exemplo, para dar segurança às empresas. O ABC já perdeu mais de duas mil vagas de trabalho nesse setor, que é tão importante para a nossa economia”, disse.

O grupo apresentou demandas por políticas públicas para a indústria química brasileira, em especial sobre a definição do contrato de fornecimento de nafta pela Petrobras às indústrias do setor e a necessidade de definição de uma política para a utilização do gás natural como matéria prima.

No começo de agosto, foi firmado um novo aditivo de contrato entre a Petrobras e indústria petroquímica Braskem, válido até 31 de outubro, nos mesmos termos dos aditivos firmados anteriormente. O ministro Eduardo Braga afirmou que uma solução de longo prazo está em estudo entre as empresas, com a mediação do Ministério de Minas e Energia (MME), e que espera que as condições do contrato de fornecimento da nafta sejam fechadas em duas semanas.

Segundo os representantes da indústria e dos sindicatos trabalhistas, a indefinição sobre esses pontos já paralisa investimentos e ameaça postos de trabalho. Dados apresentados pela Frente Parlamentar dão conta de que cerca de R$ 8 bilhões em investimentos estão represados devido ao impasse na definição de um acordo de preços para a nafta que suporte a celebração de um contrato de longo prazo entre a Petrobras e a Brasken.

Braga destacou ainda que as demandas da indústria química devem ser tratadas com sensibilidade e responsabilidade. “Estamos engajados nesse processo. Sabemos da importância que a indústria petroquímica tem na economia brasileira, na geração de empregos e seu impacto na macroeconomia. Esperamos construir com a Petrobras e com o setor um contrato que seja de longo prazo e que isso possa ser feito nas próximas duas semanas, para tranquilizarmos o setor e sinalizarmos isso para os investidores”, afirmou Braga.

Os parlamentares expuseram, durante a reunião, preocupação com a definição de um acordo que garanta estabilidade ao setor petroquímico. Segundo o Sindicato dos Químicos, o setor tem 700 mil postos de trabalho em todo o país, e apenas na região do Grande ABC (São Paulo), onde está instalado um pólo petroquímico, já foram fechadas mais de 2 mil funções.

A negociação de termos do contrato entre a Petrobras e a indústria petroquímica deve resultar em uma solução de longo prazo, avalia o ministro, com uma trava para oscilações de preços, que possa ser revisitada anualmente ou a cada dois anos, dando segurança para o setor.

“Precisamos olhar o que está acontecendo com a Petrobras com a responsabilidade de quem tem o desafio de fazer essa travessia sabendo de todas as nuances e do cenário global e completo que temos de enfrentar. Tudo isso é muito importante para diversos setores, com impacto na geração de empregos, na arrecadação de impostos e tributos da União, estados e municípios. Esse equilíbrio e bom senso têm sido uma constante aqui no Ministério de Minas e Energia”, disse Braga. “O MME tem se empenhado nessa direção, efetivamente, desde o início, como uma câmara de arbitragem entre a Petrobras e o setor e vamos fazer o possível. Esse setor é muito grande para que não se tenha uma solução”, completou.

O presidente da Braskem, Carlos Fadigas, também solicitou que o governo evite a revisão dos benefícios fiscais introduzidos pelo Regime Especial da indústria Química (Reiq), alegando que sua instituição foi fundamental para que o setor atravessasse momentos difíceis sem a perda de competitividade. Ele argumentou que a eventual redução na arrecadação dos tributos desonerados teria sido superada pelo aumento da arrecadação decorrente do crescimento econômico da empresas alcançadas pelo Regime.

O encontro de ontem fez parte de uma articulação maior, que envolve a Frente Parlamentar da Química em São Paulo, criada no último dia 18. Além da grande cadeia produtiva química e do Pólo Petroquímico de Capuava, o setor é estratégico para o ABC por causa do abastecimento da região metropolitana de São Paulo, que é o maior mercado consumidor da América do Sul.

O manifesto em defesa do setor pode ser lido aqui

Com informações do Ministério das Minas e Energia e da assessoria de imprensa do Consórcio Intermunicipal do ABC

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