Custo de vida

Dieese: preços de itens da cesta básica caem em todas as capitais pesquisadas

Segundo o instituto, resultado de julho foi influenciado por quedas de produtos como tomate, batata, feijão, óleo de soja, farinha de mandioca (no Norte e Nordeste), carne bovina e açúcar

Hans Thoursie/SHU

A batata teve redução de preço em todas as cidades do Centro-Sul, chegando a -39,94% em Brasília

São Paulo – Os preços dos produtos da cesta básica mantiveram tendência de queda e caíram em julho nas 18 capitais pesquisadas pelo Dieese, com destaque para Brasília (-7,16%), Curitiba (-7,11%), Porto Alegre (-5,88%) e Natal (-5,27%). Segundo a pesquisa divulgada hoje (6), o maior valor foi apurado em Florianópolis (R$ 346,99), mesmo com variação de -1,91%, e o menor, em Aracaju (R$ 239,72).

Com base na cesta mais cara, o Dieese calculou em R$ 2.915,07 o salário mínimo para as despesas básicas mensais de um trabalhador e sua família. Em julho, esse valor correspondeu a 4,03 vezes o mínimo oficial (R$ 724). A proporção é um pouco menor que a de junho (4,11 vezes) e a de julho do ano passado (4,06).

A jornada média necessária para adquirir os gêneros essenciais também diminuiu, para 92 horas e três minutos, ante 96 horas no mês anterior. Em julho de 2013, esse período foi de 92 horas e 56 minutos.

“Em julho, os recuos dos preços foram dos preços da cesta básica foram influenciados principalmente pelo comportamento dos seguintes produtos: tomate, batata, feijão, óleo de soja e farinha de mandioca nas regiões Norte e Nordeste, além de carne bovina e açúcar”, diz o instituto.

No ano, a maioria das capitais (16) ainda registra alta. Isso acontece também no acumulado em 12 meses, até julho, com elevações de 22,17% em Florianópolis, 10,37% em Curitiba e 9,81% no Rio de Janeiro. A única retração nesse intervalo foi apurada em João Pessoa (-1,79%).

A batata teve redução de preço em julho em todas as cidades do Centro-Sul, chegando a -39,94% em Brasília, -30,86% em Goiânia, -30,42% no Rio de Janeiro e -30,36% em Vitória. Em 12 meses, também cai em todas as cidades. “Além da safra das secas, nas regiões de Curitiba, São Mateus do Sul, Irati e Ponta Grossa (PR), Ibiraiaras (RS) e Sul de Minas Gerais, em Vargem Grande do Sul (SP), a colheita foi iniciada no início de julho, e, apesar da menor produtividade, tem abastecido o mercado interno, com redução do valor do tubérculo no varejo”, informa o instituto.

O preço do tomate também recuou nas 18 cidades pesquisadas. Essa queda variou de -2,03%, em Manaus, a -33,12% em Brasília. No acumulado em 12 meses, a situação é inversa, com alta em 17 municípios, à exceção de Campo Grande (-25,4%). Os aumentos chegaram a 71,35% em Natal e 54,17% em Belo Horizonte. “A oferta do produto aumentou, com as colheitas do norte do Paraná e de Sumaré (SP), que abasteceram o mercado interno, o que pode explicar a queda de preço em todas as cidades”, analisa o Dieese.