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Dieese apura alta da cesta básica em abril

Salário mínimo necessário foi calculado em R$ 3.019,07

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Preço da carne bovina subiu em 16 das 18 capitais, com destaque para Aracaju (8,4%), Curitiba (5,6%) e Vitória (4,74%)

São Paulo – Os preços da cesta básica aumentaram no mês passado em 17 das 18 capitais pesquisadas pelo Dieese. A maior variação foi registrada em Belo Horizonte (11,39%), e a única retração ocorreu em Goiânia (-5,41%). O maior valor da cesta é de Porto Alegre (R$ 359,37), e o menor, de Aracaju (R$ 238,04).

Com base na cesta mais cara, o Dieese calculou em R$ 3.019,07 o salário mínimo necessário para as necessidades básicas de um trabalhador e sua família. O valor é 4,17 vezes o mínimo oficial (R$ 724). Essa proporção era de 4,13 vezes em março e de 4,26 em abril do ano passado.

No acumulado do ano, a cesta aumentou em todas as 18 capitais. As maiores altas foram apuradas em Brasília (14,43%), Curitiba (11,42%) e Florianópolis (10,12%), enquanto as menores foram registradas em Manaus (0,63%), Natal (3,37%) e Salvador (3,49%).

O tempo médio para adquirir os gêneros essenciais subiu, no mês passado, para 95 horas e 36 minutos, ante 93 horas e 39 minutos em março. Mas ficou abaixo do período médio de abril de 2013 (98 horas e cinco minutos).

Produto de maior peso na cesta básica, a carne bovina aumentou de preço em 16 das 18 capitais, com destaque para Aracaju (8,4%), Curitiba (5,6%) e Vitória (4,74%). Só houve queda em Campo Grande (-1,3%) e Fortaleza (-0,59%). Em 12 meses, o preço subiu em todas as cidades pesquisadas. “A oferta restrita de boi devido à estiagem do início do ano e o bom desempenho da exportação da carne explicam o aumento do preço no varejo, apesar de a demanda estar diminuindo, diante dos valores praticados”, diz o Dieese.

O leite in natura subiu em 17 capitais, com alta de 11,05% em Brasília. A única queda foi em Belém (-0,66%). “A oferta reduzida do leite se explica pela queda na produção devido ao início do período de entressafra, o que vem determinando elevação dos preços pagos ao produtor desde março e aumento da cotação no varejo.”

Os preços da batata subiram em todas as cidades. “A oferta de batata proveniente da safra das águas se reduzirá nos próximos meses, enquanto a colheita da safra das secas está começando. Mas não deve haver excesso de oferta, pois o clima quente e seco prejudicou tanto a qualidade quanto a produtividade da safra das águas, determinando inclusive o aumento nos preços”, relata o instituto.

O preço do óleo de soja subiu em 17 cidades. “A soja, insumo do óleo, apresentou safra recorde, o que diminuiu o preço do grão. Entretanto, os produtores reduziram a venda do produto com intuito de aumentar a cotação, o que pode explicar a elevação do preço do bem no varejo”, afirma o Dieese. O café teve alta em 16 capitais. “O clima quente afetou a produtividade dos cafezais e diante da incerteza em relação à safra brasileira, o preço do grão vem oscilando fortemente no mercado interno.” Em 12 meses, o preço do café caiu em 14 cidades.

O pão francês ficou mais caro em 13 cidades.  No caso do tomate, houve inversão da tendência e o produto ficou mais barato em 11 capitais.