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A empresários, Dilma admite timidez do programa brasileiro de banda larga

Presidenta afirma, durante seminário em Nova York, que país tem de se aproximar de padrões internacionais para associar internet às áreas de educação, ciência e tecnologia

roberto stuckert filho/pr

Dilma disse esperar melhora ‘lenta e gradual’ da economia

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff afirmou hoje (25), durante seminário internacional sobre oportunidades de investimentos para empresários, realizado em Nova York, que pretende ampliar e melhorar a oferta de banda larga no Brasil, tomando por base padrões internacionais.

O programa oferecido pelo governo é de 1 mega, abaixo da velocidade mínima indicada pela ONU para a eficiência do serviço, que é de 2 megas, e bem aquém da oferecida em países desenvolvidos.

Mesmo a oferta de 1 mega do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) – entregue pelo Ministério das Comunicações para administração das empresas privadas – não chega adequadamente à população, que tem grande dificuldade em obter o pacote governamental, segundo revelou reportagem da Rede Brasil Atual.

De acordo com Dilma, o Brasil não precisa chegar ao padrão da Coreia do Sul (50 megas), mas está trabalhando para melhorar o programa atual.

A referência aos investimentos em infraestrutura das comunicações não constava inicialmente do discurso da presidenta aos empresários estrangeiros, segundo ela mesma informou. “Faltou uma área aqui”, disse Dilma, após uma longa fala sobre os projetos do governo em várias outras áreas, sobretudo nas redes de transportes.

A preocupação da presidenta com as questões da internet aumentou depois das denúncias de que o governo estaria monitorando o tráfico de dados no Brasil para espionar empresas e cidadãos.

No discurso de hoje, Dilma associou os investimentos em internet às áreas de educação, ciência e tecnologia. “Nós queremos que esse programa seja um sucesso. Tem que trazer benefícios para os investidores, para os usuários e para a população, com serviços mais eficientes”, disse, sem dar mais detalhes.

Crescimento

Boa parte da fala da presidenta foi voltada para ressaltar a capacidade do Brasil continuar crescendo e gerando empregos e oportunidades mesmo diante da crise econômica internacional.

“Não esperamos uma grande melhora, mas uma melhora lenta e gradual em 2013. Os nossos fundamentos macroeconômicos nunca deixaram de ser sólidos. Nossos níveis de endividamento continuaram baixos e pouco reféns da saída de investidores”, afirmou.

Ela ressaltou ainda expansão do crédito, que passou de 22% do PIB em 2002 para 55% agora, número que ela disse ainda considerar “conservador”.

Depois de apresentar dados sobre movimento de cargas e passageiros em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, ela falou da “urgência” em continuar investindo em infraestrutura para expandir ainda mais essas redes.

“Nós somos um dos maiores produtores de alimentos do mundo; somos o quarto maior mercado de automóveis; o primeiro em cosméticos; o terceiro em geladeiras; o quinto em calçados…”, enumerou, acrescentando que o Brasil vive um período “solidificação da economia e do mercado interno”.

“Agora vamos ter de dar um passo para que nossa estratégia de desenvolvimento tenha continuidade”, disse. Segundo ela, isso será feito garantindo permanentemente “o rigor fiscal, o controle da inflação e a boa gestão dos recursos públicos”.

Ela lamentou o fato de o Brasil ter ficado décadas sem investimentos, elencou programas federais eem andamento (PAC, Minha Casa Minha Vida, ações sociais) e disse que a expansão do modelo depende agora da parceria com as empresas.

“Não é possível que essa expansão seja feita sem participação do capital privado”, disse, destacando que o Brasil precisa de “reformas”, mas que ela terão de ser feitas com o processo de investimentos em curso.

“Não há como fazer uma reforma no sentido de paralisar o país. Há que fazer a coisa simultaneamente. Algumas por partes e outras globais. Terá que ser feito enquanto o processo se desenvolve”.