Menor Selic da história indica correção da política monetária, afirma especialista

São Paulo – A taxa básica de juros (Selic) foi reduzida ontem à noite (30) em 0,5 ponto percentual, passando de 9% para 8,5%, por decisão do Comitê de Política Monetária, […]

São Paulo – A taxa básica de juros (Selic) foi reduzida ontem à noite (30) em 0,5 ponto percentual, passando de 9% para 8,5%, por decisão do Comitê de Política Monetária, o Copom. A decisão foi considerada acertada pelo economista Amir Khair, que vê como positiva a consequente redução das despesas do governo para pagamentos de juros e também como forma de estimular a atividade econômica.

Segundo Khair, a redução da taxa permitirá que mais recursos sejam aplicados em programas, sejam os destinados às áreas sociais ou à infraestrutura. A favor do trabalhador, um dos benefícios se relaciona, disse, à concessão de crédito para a aquisição de bens e consumos – ressaltou, porém, que esta última obedece a outras regras que nem sempre estão ligadas à Selic, como a redução dos juros cobrados pelos bancos, sobretudo os privados, nos empréstimos ao consumidor.

Evolução da taxa de juros

“Nesse sentido, a presidente Dilma Rousseff adotou, pela primeira vez que eu conheça na história do país, uma ofensiva para a redução das taxas de juros para os consumidores”, afirmou. O especialista disse que se o governo mantiver a estratégia de pressionar os bancos a reduzir suas taxas, os trabalhadores terão melhores condições financeiras e maior poder aquisitivo para comprar a crédito.

Embora a taxa de juros represente a menor da história do país, porém, Khair disse que o percentual ainda é elevado e que taxa real de juros do Brasil agora é a terceira mais alta do mundo, atrás de Rússia e China. “O país precisa fazer um esforço maior para reduzir a Selic para um nível médio dos países emergentes, por volta de 4% ao ano”, diz.

O especialista considera acertada a política aplicada pelo governo. “O Banco Central tem que responder aos desafios da presidente da República e, nesse sentido, ela é a responsável última pela inflação no Brasil e pelo crescimento econômico. Portanto, ela deve liderar – como de fato parece que está liderando – a equipe econômica”, afirma.

Com o novo índice da Selic, passam a valer as alterações nas regras de remuneração da caderneta de poupança, baixadas recentemente pelo Ministério da Fazenda.  Com a taxa igual ou menor a 8,5% ao ano, o rendimento da caderneta passa a ser de 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR).

Ouça reportagem sobre o assunto, na Rádio Brasil Atual.