Governo comemora avaliação de risco melhor e vê inflação dentro da meta no ano
Agência Moody's melhora classificação da dívida do país
Publicado 20/06/2011 - 16h47
São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, avaliam como positiva a elevação da nota do Brasil pela agência de avaliação de risco Moody’s, divulgada nesta segunda-feira (20). A classificação de depósito em moeda estrangeira e de dívidas em moeda estrangeira de alguns bancos brasileiros também foi confirmada. Mantega celebrou a “robustez” da economia brasileira e ainda afirmou que a inflação ficará dentro da meta prevista para este ano.
A nota do Brasil conferida pela Moody’s passou de Baa3 para Baa2, “com perspectiva positiva”. A melhoria indica que há cada vez menos risco de uma crise no pagamento de títulos da dívida pública. A mudança foi justificada devido a “ajustes da política econômica”, a sinais claros de crescimento econômico e de “melhoria nos indicadores fiscais de médio prazo”. Em abril, a Fitch, outra agência do gênero, já havia elevado a nota do Brasil, de BBB- para BBB.
Para Tombini, a avaliação de risco melhor é um reconhecimento da consistência da política econômica e de seus fundamentos ao longo dos anos. Em nota, ele listou a manutenção das metas de inflação, o regime de câmbio flutuante, o acúmulo de reservas internacionais, a responsabilidade fiscal e a solidez do sistema financeiro. O cenário permite “melhores condições para o crescimento sustentável”, mesmo em um cenário de incertezas internacionais no que diz respeito a financiamento de investimentos diretos no país.
Em conversa com jornalistas nesta segunda-feira (20), Mantega revelou que recebeu a notícia ao lado da presidenta Dilma Rousseff, durante reunião da coordenação política, no Palácio do Planalto. “Foi uma coincidência porque eu estava falando disso com a presidenta e a coordenação, mostrando que a economia brasileira começou o ano fazendo um ajuste para desacelerar um pouco enquanto outros países estão tentando acelerar e hoje a economia brasileira já está crescendo a uma velocidade de cruzeiro de 4,5% ao ano”, detalhou.
Sob controle
Mantega disse ainda que a inflação deve ficar abaixo de 6,5% em 2011, dentro da margem de dois pontos percentuais a mais do que a meta, de 4,5%. “Continuaremos vigilantes e tomando medidas que forem necessárias para que a inflação permaneça sobre controle”, prometeu. “Se isso ocorrer, será o sexto ano consecutivo em que cumpriremos a meta”. celebrou.
A estimativa da Fazenda é que os índices oficiais fiquem entre 6,15% e 6,2%. A última vez em que a inflação fugiu da meta foi em 2005 – quando passou sete meses seguidos fora da margem estipulada. Mesmo assim, no final daquele ano, o Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA) ficou em 5,69%.
Com informações da Agência Brasil
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