Em seis meses, governo economiza 68% da meta para o ano

Segundo o Tesouro, contas do governo tiveram maior resultado positivo para o mês de junho, maior acúmulo em 12 meses e segundo melhor primeiro semestre da série histórica

São Paulo – Os recursos economizados do governo central para pagar juros da dívida em junho foram os mais altos da série histórica para o mês. Desde 1995, quando o Tesouro passou a divulgar dados sobre as contas públicas diante de metas de superávit primário, foi também o resultado mais elevado no acumulado em 12 meses e o segundo maior para primeiro semestre.

Em junho, foram economizados R$ 10,479 bilhões. Em 2011, o montante chega a R$ 55,522 bilhões. equivalente a 68% da meta para o ano, de R$ 81,7 bilhões. Em valores absolutos, o resultado do semestre fica atrás apenas do de 2008. “Temos até aqui um resultado muito positivo”, disse o secretário do Tesouro, Arno Augustin, nesta segunda-feira (25).

Os cinco aumentos na taxa básica de juros da economia (Selic) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentaram a necessidade de recursos economizados. Como 35% da dívida pública é corrigida pela taxa, a elevação significa que será necessário sobras maiores para honrar compromissos.

Os R$ 10 bilhões de junho equivalem a quase dois terços do que será investido no programa Bolsa Família (R$ 15,5 bilhões) até o fim de 2011. No acumulado do semestre, os R$ 55,5 bilhões de superávit representam quase dez vezes o impacto do aumento do salário mínimo deste ano sobre as contas da Previdência Social (R$ 6,1 bilhões).

Quanto mais o governo economiza nos resultados primários, menos tem recursos para investir em outras áreas. A margem maior do governo central é resultado, segundo Augustin, do corte de R$ 50 bilhões anunciado em fevereiro no Orçamento Geral da União. Segundo ele, apesar de ter economizado proporcionalmente mais do que o necessário, não haverá gastos maiores até o fim do ano.

Ele não comentou a possibilidade de o aumento da arrecadação fiscal, provocada pelo aquecimento da economia, ter facilitado o resultado. Tampouco cogitou a possibilidade de poupar mais para cobrir déficits eventuais por parte dos estados.

A estratégia do governo, segundo o secretário, foi economizar mais no início do ano para ajudar a desacelerar o ritmo de crescimento. A preocupação era evitar pressões inflacionárias.

Enquanto o Tesouro Nacional teve sobras de R$ 75,422 bilhões de janeiro a junho de 2011, a Previdência Social – incluídos todos os benefícios à população rural e outros programas de caráter assistencial – teve resultado negativo de R$ 19,526 bilhões. A ação do Banco Central para conter a valorização do real foi deficitário em R$ 373,5 milhões.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a economia brasileira registra crescimento sustentável, com resultado de 4,5% ao final do ano. Durante almoço com empresários promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em São Paulo, Mantega frisou que o país acompanha o ritmo dos mercados emergentes, “principal motor” da economia mundial.

Com informações da Agência Brasil

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