Empréstimos para famílias aumentam, puxados por crédito consignado, para imóveis e carros

Bancos públicos lideram expansão. Para empresas, modalidades direcionadas são destaque, segundo dados do Banco Central

São Paulo – O crédito consignado e o financiamento habitacional e de veículos estão entre as modalidades que lideraram a expansão dos empréstimos para as famílias em agosto, segundo dados do Banco Central (BC). Incluindo também as empresas, nos 12 meses encerrados em agosto, o crédito apresenta expansão de 19,2%. Com isso, a autoridade monetária elevou sua previsão de elevação do volume de crédito até o fim de 2001 de 20% para 22%.

“Esse ajuste da projeção do crédito reflete a incorporação do que vem ocorrendo nos últimos meses – uma elevação mais acentuada no volume de crédito”, afirmou o chefe adjunto do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel. Segundo ele, a expansão do crédito é estimulada pelo aumento da atividade econômica, da renda e do emprego e da avaliação positiva sobre a economia de consumidores e empresários.

Para as pessoas físicas, foi mantida a expectativa de crescimento de 18%, a mesma projeção para as empresas. Anteriormente, a estimativa para as pessoas jurídicas era de 17%.

O crédito consignado apresentou aumento de 3,1% de julho para agosto. No mês passado, em relação ao mesmo período de 2009, o crescimento foi de 31,8%. O saldo dessa modalidade ficou em R$ 129,7 bilhões. Para a compra de veículos, o crescimento foi de 2,7% no mês e 41,6% em 12 meses. O saldo em agosto ficou em R$ 120,8 bilhões.

No caso do crédito habitacional, com recursos direcionados, a expansão em agosto foi de 3,9% na comparação com julho e de 51,1% em relação ao mesmo período de 2009. O saldo dessa modalidade ficou em R$ 114,6 bilhões.

“É importante dizer que a expansão de crédito acontece em um momento de declínio da inadimplência para as pessoas físicas. É uma perspectiva muito boa daqui pra frente”, afirmou o chefe adjunto do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel.

Em agosto, a taxa de inadimplência, como são considerados os atrasos superiores a 90 dias, ficou em 6,2%, queda de 0,1 ponto percentual em relação a julho deste ano e de 2,1 pontos na comparação com o mesmo mês de 2009. “À medida que tem esse cenário de crescimento de renda e emprego na economia é de se esperar que a inadimplência continue decrescendo e tenha taxa de juros cadente para as famílias”, acrescentou Maciel.

No caso das empresas, ele afirmou que a inadimplência não teve queda tão “significativa” quanto a das famílias. A redução da inadimplência foi de 0,3 ponto percentual em agosto em relação ao mesmo mês de 2009. Em relação a julho deste ano, a taxa ficou estável (3,6%).

“A gente tem informações pelos contatos com os bancos, de crescimento da participação de micro e pequenas empresas (no crédito). São tomadores com perfil de risco mais elevado. Acredito que esse seja um fator relevante para o aumento das taxas de juros”, acrescentou Maciel.

Direcionados e bancos públicos

O crédito direcionado, que são operações com taxas pré-estabelecidas em normas governamentais, principalmente repassado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), deve crescer 30%, contra 26% previstos anteriormente. No caso do crédito com recursos livres (com taxas de juros livremente pactuadas entre o banco e o cliente), a expectativa de expansão passou de 17% para 18%.

Na previsão do BC, os bancos públicos devem liderar o crescimento do crédito no país, com expansão de 24% este ano, contra 20% previstos anteriormente. Para os bancos privados nacionais, o BC reduziu a projeção de crescimento de 24% para 22%.

O volume de todas as operações de crédito este ano deve representar 48% de tudo o que o país produz, o Produto Interno Bruto (PIB), a mesma projeção anterior.

Com informações da Agência Brasil